1- É um imperativo de justiça. Ninguém merece ficar sem acesso à instrução porque os pais o decidiram, quer porque não dispunham de recursos, quer porque os preferiram alocar de outra forma. Esta questão está explorada no texto anterior.
2- A sociedade tende a ficar mais próspera se a instrução for mais generalizada. E a gratuitidade da instrução contribui para a sua generalização.
3- É uma forma de redistribuição eficaz, conducente a uma maior igualdade de oportunidades, não diminuindo o incentivo ao trabalho.
As razões são tão fortes e claras que nenhum país desenvolvido abdica de um sistema de ensino gratuito e universal. No entanto, em alguns países a instrução gratuita não inclui o ensino superior. Em Portugal vai-se caminhando nessa direcção à medida que as propinas têm um peso cada vez maior no orçamento das Universidades.
Pelas razões acima expostas, isso é uma asneira.
1 comentário :
Absoluto acordo! A grande aposta de Portugal deveria ser a educação e inovação. Afinal de contas, não é por acaso que a nossa balança tecnológica é positiva, há bons valores a trabalhar em Portugal. Ao invés disso, vai-se investindo no betão... TGV's, aeroportos, auto-estradas paralelas junto ao litoral (incrivel como a A17 e a A29 - Aveiro-Espinho? - foram feitas tão perto da A1 que se encontra em expansão de 2 para 3 faixas de rodagem).
Porém, é preciso ter cuidado para não deixar que o ensino superior acabe na mesma situação deplorável do ensino básico... É preciso que um adulto (entra-se na Universidade com 17 anos, no mínimo, muito perto de fazer 18) sinta responsabilidade nos seus estudos. Mesmo a pagar 1000 euros por ano, há muitas famílias que aceitam que o seu filho, coitadito ainda é uma criança, demore 7, 8, 9 anos a concluir uma licenciatura de 5 (agora mestrado integrado) porque o "estudante" perde mais tempo nas bebedeiras e farras do que a fazer o que lhe compete - estudar.
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