- «O Bloco de Esquerda (BE) enviou ontem um requerimento à ministra da Educação sobre o programa Media Smart, que prevê que as crianças entre os seis e os 11 anos tenham no próximo ano aulas de publicidade dadas por formadores pagos por empresas como a Nestlé ou a Danone. O programa Media Smart é um projecto destinado a ensinar às crianças dos 1.º e 2.º ciclos temas e conceitos relacionados com a comunicação comercial e não comercial das marcas, promovido pela Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN). Os objectivos de aprendizagem e os conteúdos destas aulas vão ser definidos por um grupo de organismos públicos e associações de pais liderado pelo ex-ministro da Educação Roberto Carneiro, enquanto a implementação do projecto no terreno é financiada por patrocinadores como a Nestlé, a Danone, a Kellog"s e o Modelo/Continente.» (Público; ver também: Diário Digital e Açoriano Oriental.)
Em primeiro lugar, não percebo que falta fazem «aulas de publicidade» na escola pública, mesmo como opção de «tempos livres». Em segundo lugar, percebo muito bem porque querem a Nestlé, a Danone e a Kellog´s financiar essas aulas: querem publicidade massificada, disfarçada de «ensino», e dirigida ao seu público-alvo. Do ponto de vista destas empresas, é um excelente negócio. Do ponto de vista do Estado, é uma perfeita estupidez, que ridiculariza a obrigação de neutralidade da escola pública, neutralidade essa que não se pode resumir à religião e à política, e que se deve estender à publicidade comercial. Como se chama o partido no governo? «Socialista»? Não será antes «delegado da Nestlé e do Modelo/Continente»?
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