terça-feira, 19 de setembro de 2006

Revista de blogues (19/9/2006)

  1. «Não existem sociedades superiores num horizonte difuso e abstracto. Existem sociedades concretas onde os valores dominantes as tornam mais dignas do que outras para os indivíduos que nelas vivem. (...) Numa altura em que mais um episódio de intolerância irrompe entre religiões e regiões que delimitam sistemas-mundo ideológicos, convém lembrar que não há sociedades superiores. Há sociedades que se superiorizam pelo que possibilitam aos indivíduos que nelas vivem.» («A diferença toda», no Kontratempos.)
  2. «Na questão da "liberdade" e da "responsabilidade", creio que frequentemente se mistura estes dois sentidos da palavra "responsabilidade". A "responsabilidade" que está ligada à liberdade é a primeira - se eu decido livremente agir de determindada maneira, devo aceitar os resultados dessa acção. P.ex., se eu decido não fazer a cama, tenho de aceitar o fato de ter uma cama não feita e, de na noite seguinte, ter os lençóis todos enrugados. No entanto, muitas vezes joga-se com a ambiguidade do conceito de "responsabilidade" para argumentar que as pessoas têm que ser "responsáveis" no segundo sentido para poderem ser livres - ou seja, passa-se do "pessoas livres devem arcar com as consequências de decidirem fazer ou não a cama" para "só as pessoas que fazem a cama todos os dias têm condições para serem livres".» («O que significa "responsabilidade"?», no Vento Sueste.)

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