- «Neste mandar da laicidade às urtigas, apanágio de todos os governos e presidentes da democracia (e candidatos a tal), o primeiro Executivo PS de maioria absoluta, que se intitula da"esquerda moderna", não destoa. Ante a polémica dos crucifixos nas salas de aula, afirmou que "a escola é laica" mas os símbolos só saíam "a pedido", não fosse alguém sentir-se com a sua abrupta (30 anos 30 após a Constituição ter estabelecido a não confessionalidade do ensino público) retirada. Perante o fim da obrigatoriedade concordatária de capelanias católicas nas Forças Armadas, nos hospitais e nas prisões, está há um ano a "estudar" o estabelecer da igualdade religiosa nesta matéria - enquanto tudo fica na mesma. E, em perfeito inverso da "escandalosa" postura de Zapatero, viu--se, esta semana, na inauguração de uma escola pública que teve direito a bênção de um padre (!), o primeiro-ministro português persignar-se. Quer releve de convicção quer de uma noção voluntarista de gentileza, o gesto ignora a distinção entre a esfera privada da vida de um chefe de Governo e a encenação pública da sua presença oficial, relegando a separação entre Igreja e Estado para as questões irrelevantes. É pena: cumprir assim a "tradição" é "limitar-se" a falhar a modernidade.» (A magnífica Fernanda Câncio no Diário de Notícias de hoje.)
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