A redução da maioria trabalhista no Reino Unido de 167 deputados para aproximadamente 66 significa que Tony Blair terá menos espaço de manobra num Parlamento em que os deputados raramente votam em bloco atrás dos líderes de bancada. E é um óbvio sinal de desgate. A primeira vez na sua história em que o Partido Trabalhista ganha uma terceira maioria consecutiva será também, indubitavelmente, a última maioria de Tony Blair. Provavelmente, veremos nos próximos anos Tony Blair a ceder a liderança do Governo e do Partido a Gordon Brown ou outro.
As razões para a descida dos trabalhistas, que ganham uma maioria absoluta com uns meros 36% do total nacional dos votos (as maravilhas do sistema uninonimal!) resultam principalmente da guerra do Iraque, mas reflectem também o cansaço inevitável num sistema político em que o primeiro-ministro tem mais poderes e menos limites do que em qualquer outra democracia europeia. A eleição de um dissidente dos trabalhistas em Bethnal Green and Bow é um sinal da importância da guerra para o eleitorado muçulmano.
Estando o centro-direita ocupado pelos trabalhistas, os conservadores continuam a ser um partido limitado à direita radical, sem muito espaço para crescer. Dificilmente serão poder em 2009.
Os liberais-democratas, com 23% dos votos, não chegam a ter 10% dos deputados. Mas o futuro da esquerda britânica poderá passar por uma coligação entre eles e os trabalhistas.
Faltam os resultados da Irlanda do Norte, onde nenhum destes partidos elegerá deputados.
1 comentário :
Eu espero que os trabalhistas e os liberais democratas venham a formar um grande partido de Esquerda e que (é uma das nossa raras divergências) digam SIM à Europa de que ambos são simpatizantes.
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