A pior consequência, para a Europa Ocidental, da queda das ditaduras comunistas foi a viragem à direita dos partidos da Internacional Socialista. Actualmente, quase todos aceitam o consenso neoliberal imposto pela União Europeia. Felizmente, as últimas notícias indicam que chegou o momento de um realinhamento das esquerdas em torno de uma plataforma social-democrática. Na França, o referendo sobre o Tratado constitucional está a juntar a ala esquerda do PSF aos republicanos de esquerda e aos vários grupúsculos marxistas no «não de esquerda». Na Alemanha, Oskar Lafontaine, o ex-ministro das Finanças que rompeu com Gerhard Schröder em 1999, abandonou o SPD e manifestou-se disponível para integrar uma coligação entre o WASG (dissidentes do SPD) e os comunistas «renovados» do PDS. Lafontaine poderá arrastar consigo a base sindical do SPD, alienada pelo desmantelamento do Estado-previdência que Schröder pretende aprofundar após as eleições de Setembro. O surgimento, na França e na Alemanha, de uma esquerda social-democrata radicalizada, seria o terramoto político do ano, com consequências interessantes para o futuro do espaço europeu.
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