domingo, 4 de agosto de 2013

Estado social mínimo, Estado policial máximo

Hoje em dia, só um fascista, assumido ou não, escreve um título de jornal como «O "big brother" venceu». Um anti-totalitário recorda-se imediatamente do que significaria essa «vitória»:
  • «If you want a picture of the future, imagine a boot stamping on a human face—forever.»
O senhor Paulo Pereira de Almeida (PPA) não defende abertamente a ditadura e a tortura, pelo menos por enquanto, nos seus textos do DN. Mas já tem argumentos absurdos para defender a videovigilância:
  • «Para os paladinos de uma suposta defesa da privacidade, a resolução da investigação aos atentados de Boston, nos Estados Unidos da América, e ao recente e trágico acidente ferroviário, em Espanha, são uma derrota definitiva».
O segundo caso é falso: foram as caixas negras do comboio e as declarações do maquinista que permitiram esclarecer o acidente ferroviário galego. E o primeiro é pouco relevante: o final de uma maratona (ainda para mais a de Boston) conta sempre com dezenas de câmaras de filmar dos media. Note-se, todavia, que PPA assume que (para ele) não querer uma câmara em cada esquina é uma «suposta (sic) defesa da privacidade». Ou seja, a privacidade não é um valor para este senhor. No limite, aceitará câmaras nos domicílios dos cidadãos (o «Grande Irmão» original tinha-as). Na forma de vigilância aos nossos emails e outras actividades na internet, por exemplo. Cá na minha, continuo a achar que não há liberdade sem privacidade. E há muitos «conjuntos não negligenciáveis de pessoas» que concordam comigo.

A outra linha de argumentação é esta:
  • «(...) cidadãos que verdadeiramente nunca foram confrontados com a situação limite de rapto de um familiar próximo, ou com uma ocorrência ou incidente de polícia e criminal mais grave».
Apetece responder que quem defende a videovigilância ou é fascista, ou espião, ou um ingénuo que nunca teve na sua família alguém que fosse vigiado pela PIDE, pelo SIS ou pelo SIED. E, mais cordatamente, recordar que para prevenir o crime mais vale investir em educação e na redução das desigualdades.

E aqui termino: é que o «Grande Irmão» não era só vigilância. Era também o topo de uma pirâmide social em que a maioria da população era excluída do poder, da liberdade, dos confortos. E realmente hoje o «Grande Irmão» está a progredir na implementação dessa ordem social piramidal, que pode ser resumida como «Estado social mínimo, Estado policial máximo».


3 comentários :

pvnam disse...

-> Parece que a ministra para a Integração do governo italiano, Cécile Kyenge, defende a legalização da poligamia: ver «aqui».
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-> Já disse isto montes de vezes... e... OTÁRIOS MILITANTES insistem em não querer ver:
i) tal como acontece com muitos outros animais mamíferos, duma maneira geral, as fêmeas humanas são 'particularmente sensíveis' para com os machos mais fortes...
ii) nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas apenas os machos mais fortes é que possuem filhos;
iii) no entanto, para conseguirem sobreviver, muitas sociedades tiveram necessidade de mobilizar/motivar os machos mais fracos no sentido de eles se interessarem/lutarem pela preservação da sua Identidade... de facto, analisando o Tabú-Sexo (nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas) chegamos à conclusão de que o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos; ver http://tabusexo.blogspot.com/.
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P.S.1.
É errado estar a dizer (como já alguém disse) «a Europa PRECISA DE CRIANÇAS, NÃO DE HOMOSSEXUAIS!»... isto é, ou seja... a Europa precisa de pessoas (homossexuais e heterossexuais) com disponibilidade para criar crianças!!!
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É UMA MUDANÇA ESTRUTURAL HISTÓRICA DA SOCIEDADE: os homens poderão ter filhos... sem repressão dos Direitos das mulheres... e independentemente de agradarem ou não às mulheres!... Leia-se: O ACESSO A 'BARRIGAS DE ALUGUER'...
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Nota: Quando se fala em Direitos das crianças... há que ver o seguinte: muitas crianças (de boa saúde) hão-de querer ter a oportunidade de vir a ser pais... oportunidade essa que lhes é negada pela 'via normal'.
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P.S.2.
Com o declínio do Tabú-Sexo (como seria de esperar) a percentagem de machos sem filhos aumentou imenso nas sociedades tradicionalmente monogâmicas.
Em contraposição, os machos de maior sucesso passaram a ter filhos de sucessivos casamentos...
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Mais, por um lado, muitas mulheres vão à procura de machos de maior competência sexual, nomeadamente, machos oriundos de sociedades tradicionalmente Poligâmicas [nestas sociedades apenas os machos mais fortes é que possuem filhos, logo, seleccionam e apuram a qualidade dos machos]... por outro lado, muitos machos das sociedades tradicionalmente Monogâmicas vão à procura de fêmeas Economicamente Fragilizadas [mais dóceis] oriundas de outras sociedades...
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P.S.3.
---> Sem 'corte' com os 'globalization-lovers' não há SOBREVIVÊNCIA!!!
{leia-se, os 'globalization-lovers' que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa}
---> Concluindo: antes que seja tarde demais [nota: os 'parvinhos-à-Sérvia' - vide Kosovo - que fiquem na sua], há que mobilizar aqueles nativos europeus que possuem disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência... e... SEPARATISMO-50-50!
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Nota 1: Manifestações não-violentas (à Gandhi) por toda a Europa: «Pelo DIREITO À INDEPENDÊNCIA/SOBREVIVÊNCIA contra o NAZISMO-DEMOCRÁTICO».
{obs 1: existem mais de 1200 milhões de chineses, etc, etc, etc… e… existem Nazis-Democráticos!... os Nazis-Democráticos insistem em acossar/perseguir qualquer meia-dezena de milhões de autóctones que defenda a sobrevivência da sua Nação/Pátria… leia-se: os Nazis-Democráticos pretendem determinar/negar democraticamente o DIREITO À SOBREVIVÊNCIA de outros…}
{obs 2: nazismo não é o ser 'alto e louro'... mas sim a busca de pretextos (adoram evocar/inventar pretextos) com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!}

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Nota 2: Se os autóctones europeus não estiverem dotados duma Coligação Defensiva (do tipo NATO)… os nazis made-in-USA aplicarão aos autóctones europeus o mesmo 'tratamento' que foi aplicado aos autóctones norte-americanos.

João Vasco disse...

Com um texto chamado «O "big brother" venceu» dir-se-ia que o autor está alarmado e preocupado com a distopia orwelliana que estamos a construir.

Mas não: o objectivo do texto é criticar o "conjunto não negligenciável de pessoas" que se tem oposto à "vitória do Big Brother". Diz que têm sido derrotadas, e lá nisso tem razão... O "Big Brother" está a vencer - e no DN este autor celebra.

Anónimo disse...

Eu a ler esse artigo inane e a pensar, "conheço uma pessoa que está na posição diametralmente oposta..."

E agora venho aqui ler um artigo do Ricardo Alves!

Estive até para recortar essa notícia, e guardar a fotografia do cavalheiro, para um triste dia em que fosse preciso lembrar quem é que defendeu estas ideias. Mas guardar fotografias do Silva Carvalho, deste Pereira de Almeida, e do Tribolet pareceu-me tão triste que desisti...