- «Os graffiti (...) [contribuem] para o aumento dos sentimentos de insegurança e de medo das nossas populações e das nossas comunidades (...) se já há espaços informativos (painéis, semáforos, estações de metropolitano, entre outros) quase cobertos por esta forma de vandalismo, tal é - deveras - muito preocupante: estes são sinais que indiciam a existência de jovens em potenciais carreiras de desvio e de crime» (Paulo Pereira de Almeida).
Após ler esta relevante prosa, lembrei-me irresistivelmente do Conde de Abranhos.
- «…as mãos atrás das costas, fitava o soalho e bamboleando o crânio fecundo, murmurava surdamente:
– Ele há muitas questões!... Há questões terríveis. Há a prostituição... o pauperismo... Ele há muitas questões...
Mas, repito-o, era um avaro intelectual que não gostava de fazer a esmola de uma ideia. Não o censuro, pois é sabido que ele dava todo o seu tempo e todo o seu génio às grandes questões sociais. Elas preocupavam-no tanto que era usual – sempre que diante dele se falava de assuntos políticos – ouvi-lo murmurar soturnamente:
– Ele há muitas questões! Questões terríveis: o pauperismo, a prostituição! São grandes questões! Questões terríveis!» (Eça de Queiroz)
2 comentários :
Gostava era de saber porque é que os idiotas que grafitam (sim, IDIOTAS apenas comparáveis aos cäes que däo a mijinha para marcar território) deixam sempre os painéis publicitários intactos. Sinal de gente sem valores, para quem o único sagrado é a publicidade e as marcas.
Pois, quem pinta painéis de publicidade näo säo grafiteiros, säo activistas.
Ó Maquiavel, não sei se és de Lisboa, mas olha que ali à volta da antiga Feira Popular encontas vários painéis publicitários grafitados.
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