- «Álvaro Santos Pereira parece, cada vez mais, um deserdado de Pedro Passos Coelho. (...) Politicamente inábil e inexperiente, e, manifestamente, um desastre em matéria de comunicação, o titular da Economia e do Emprego - assim se chama o ministério - veio de Vancôver, no Canadá, onde estava emigrado há mais de dez anos (...) o futebol e os seus três grupos de trabalho sob tutela de Miguel Relvas, o futuro do serviço público de rádio e televisão sob a mesma batuta. Mas também a comissão para o acompanhamento das privatizações entregue a António Borges, o grupo de trabalho para o combate ao desemprego entre os jovens liderado por Miguel Relvas, ou aquilo que pode vir a ser uma nova comissão interministerial para a gestão das verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) sob a vigilância apertada do ministro das Finanças, Vítor Gaspar. O facto é que, nestes últimos ajustamentos, quem ficou a perder do ponto de vista da perceção pública - e em política a perceção conta que se farta - foi sempre Álvaro Santos Pereira, que se tem visto progressivamente esvaziado de poderes e competências. (...) a obra que tem para mostrar neste momento é a de uma taxa de desemprego sem precedentes em Portugal e um número cada vez maior de empresas a fecharem no País (...) Resta perceber se, no que ao futuro de Álvaro Santos Pereira diz respeito, do que se trata é só do resultado da sua incompetência, ou do reconhecimento por parte de quem manda de que não basta ser um bom teórico para se ser um superministro. Sobretudo quando em causa está alguém que, manifestamente, não dispunha de conhecimento prático e real da economia portuguesa.» (Nuno Saraiva)
domingo, 4 de março de 2012
Revista de imprensa (4/3/2012)
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