terça-feira, 3 de março de 2009

A Guiné continua a ser a Guiné

Com a morte, anteontem, de Tagmé Na Waié, a Guiné Bissau matou o seu terceiro CEMGFA numa década. Provavelmente, um recorde digno do Guiness Book of Records. Com a morte, ontem, de Nino Vieira, a Guiné mostrou que é governada por uns senhores da guerra (e do narcotráfico?) que acreditam na violência enquanto garante de respeitabilidade social, e praticam impiedosamente a retaliação fora da lei.

Do lado de fora, a Europa e a União Africana nada dizem se houver eleições de vez em quando, ganhas sabe-se lá como, e no fundo nem interessa, porque quem manda são os militares.

O povo permanece um dos mais pobres do mundo. Outro recorde digno do Guiness.

Como se cria um Estado sobre uma manta de retalhos tribal sem petróleo nem apoios internacionais?

5 comentários :

Pedro Fontela disse...

Não há qualquer interesse em mudar seja o que for. Portugal também não ajuda nada ao tratar o país como se fosse um estado de direito. É um estado falhado como muitos outros na região e só por causa das elites regionais e dos traumas coloniais europeus é que qualquer intervenção de longo prazo é sistematicamente adiada.

Zeca Portuga disse...

São ateus, de certeza!

Ricardo Alves disse...

Pedro,
e que género de intervenção seria possível?

Pedro Fontela disse...

Ricardo,

Na minha opinião toda a colaboração com este estado deve estar pendente da aplicação de medidas que criem um verdadeiro estado com verificação externa no terreno. O resto são desculpas que usam a questão humanitária para tapar os negócios e interesses que vários estados ocidentais têm em certos países da região - aliás as próprias NU tinham um orgão para lidar com este tipo de estado que era o "trusteeship council" que foi criado para lidar com as descolonizações mas que como não se podem dizer certas coisas sobre o desenvolvimento em África ficou esquecido.

Carlos Esperança disse...

Ricardo:

Penso que a Guiné/Bissau tem petróleo e apoios internacionais. Para desgraça dela.

O petróleo é cobiçado por muitos e o apoio internacional está a cargo dos narcotraficantes.