segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Petroguerras

Enquanto os israelitas destroem o Líbano porque sim (porque acreditam na vingança como um direito fundamental e porque os políticos têm de fazer alguma coisa perante uma situação sem solução: a promessa de um estado ao mesmo tempo democrático e judeu no meio de um Médio Oriente onde a demografia impossibilita completamente esta ideia) e os neo-cons americanos acham que se consegue amedrontar os fanáticos sanguinários que mandam no Irão com uma demonstração de força na região... o azedume da maioria dos árabes e da maioria dos mussulmanos contra os assassinos do Hezbolah vai-se esfumando!

Acho que já escrevi aqui (ou no Oeste Bravio) que vi uma reportagem de um jornalista turco sobre o Al-Qaeda em que ele contava que os bandoleiros com quem viveu só falavam das virgens que iam violar no céu quando os soldados americanos os matassem. E George Bush (e o seu fiel Tony Blair) acreditam que se pode amedrontar esta gente com bombas e com tiros.

Entertanto, hoje ouvi uma entrevista com Juan Cole que fazia imenso sentido.

5 comentários :

""#$ disse...

Caro filipe:
Voce está a ser algo ingenuo.
As coisas ali estão para lá da simples vingança.
é um imperativo estratégico, goste-se dele ou não, que israel ataque o Libano e destrua uma grande parte.
Mesmo que a demografia impossibilite essa possibilidade - a de um estado democrático- isso deve ser mantido, precisamente para não possibilitar a abertura de um precedente perigoso.

Vamos supor que Israel era terminada.
Vce acha mesmo que isso não dava um incentivo para que o irão e a siria, entre outros, se sentissem à vontade para começarem a intimidar outros paises?

De quaquer forma concordo consigo: não é com as ideias dos neocons e restante fauna que se consegue resolver este assunto.
Mas esse é sempre o problema da america não é?
Solucinar um problema e criar dois outros logo a seguir.
Solucionar dois outros e criar 4 logo a seguir.
O resultado está à vista.

Anónimo disse...

Dizes:

"a promessa de um estado ao mesmo tempo democrático e judeu no meio de um Médio Oriente onde a demografia impossibilita completamente esta ideia".

Mas se:

Os mulçulmanos controlarem de facto quase todo o Norte de África - para além da maioria dos países ricos em petróleo - e o "partido do deus verdadeiro" estiver a instalar misseis de médio alcance com armas nucleares sujas em Ceuta e Tanger, comprados com petrodollars ao Irão, Coreia, Paquistão, e à revelia do estado marroquino, em colapso. (cenário em que não vejo nenhum factor de impossibilidade forte).

Dirás:

"a promessa de um estado ao mesmo tempo democrático e não-confessional no meio de uma Europa onde a demografia impossibilita completamente esta ideia"

????

Argumentos não vão faltar. Afinal o D. Afonso Henriques - e seus descendentes e vizinhos - foram uns genocidas que procederam à limpeza étnica e religiosa na península ibérica e noutros sítios(o que, na minha sempre modesta opinião, é verdade, verdade histórica que não sei como possa ser contestada).

Mas que que lado da barricada irá, cada um que ler isto, estar?

José Simões

João Moutinho disse...

Boa Gente,
Tudo isto há de ter solução.
As guerras não estão piores, estão mais medietizadas.

João Vasco disse...

A do Darfur não está...

João Moutinho disse...

A velha história: "umas são mais iguais que outras".