segunda-feira, 18 de maio de 2009

Anti-EUA...

Eu acho que se tornou uma espécie de passatempo dos simples pedir aos americanos que sejam mais morais que o resto do mundo. Os relatórios da Amnistia Internacional mostram bem que quase todos os países do mundo (incluindo Portugal) têm telhados de vidro.

Os EUA são de facto enormes, riquíssimos, fortíssimos e populados por campónios que adoram o dinheiro como um fim, como a única medida de felicidade e respeitabilidade, como a única prova do amor do deus deles. Por isso, os americanos fazem coisas horríveis uns aos outros, por dinheiro. E aos vizinhos e países que têm recursos que eles precisam, nem é bom falar.

Mas os portugueses fazem coisas horríveis uns aos outros sem razão nenhuma. Para não falar da forma como tratamos os imigrantes, ou das ex-colónias, onde os políticos portugueses pactuam com e encobrem os crimes mais hediondos e as injustiças mais repugnantes, todos os dias.

E os espanhóis? E os franceses? E os ingleses? E os holandeses? E os sauditas? e os Líbios? E os russos? E os chineses? E os ucranianos? E os brasileiros?... serão melhores?

Torna-se um bocado irritante ouvir este tom das críticas quotidianas aos EUA, que parece que sugerem implicitamente que o resto do mundo é todo honesto e generoso. Os americanos não têm, infelizmente, o monopólio da ganância. Nem o da violência.

12 comentários :

João Moutinho disse...

Filipe Castro,

O seu pensamento aproxima-se muito de um pensamento cristão (na sua essência original).
Tenho de o felicitar por este texto.

Anónimo disse...

Porquê cristão?

Anónimo disse...

os americanos não se armam em polícia mundial? pois esse tipo de prerrogativas que reclamam continuamente vêm com responsabilidades adicionais. Se não estão prontos para elas deixem de tentar mandar no mundo

Ricardo Alves disse...

O que os americanos têm é mais poder. Logo, mais espaço para abusar dele. Mas quando Portugal teve poder fez o mesmo (ou pior, que os tempos eram outros...).

João Moutinho disse...

Frncisco Burnay,

Isto vem a título um pouco provocativo. Mas se lermos os Evangelhos podemo-nos lembrar do Episódio da "primeira" pedra ou as referências contínuas a não vermos os pecados dos outros sem nos lembramos dos nossos.
E dentro deste penamento Cristão maos perto do resultante da Reforma do que do Romano. Isto é, nãoé porque algém ser rico e poderoso que tem de ser mau.
De "boas intenções" está esta caixa de comentários cheia.

Pedro Fontela disse...

O discurso externo do EUA é intencionalmente moralista por isso é normal que as pessoas o julguem por standards que não os puramente políticos - mas foram os próprios que assim quiseram.

Zeca Portuga disse...

“ Os relatórios da Amnistia Internacional…” - (que eu conheço por dentro) comparam Portugal com os EUA, tal como se compara uma formiga com um elefante.

“Os EUA são de facto enormes, riquíssimos, fortíssimos e populados por campónios”

A história inicial dos EUA demonstra de se trata mais de uma associação de bandidos do que de um pais sério – o início remonta aos renegados puritanos traidores da corroa inglesa.

São enormes - mas com território roubado (aos vizinhos e aos nativos);

São riquíssimos - à custa do que roubam e destroem no mundo inteiro (perceberam cedo de mais que fazer guerra no quintal dos outros dá lucro, muito lucro). Aliás, se não houver guerrilha para lhes alimentar o ego, eles provocam-na, treinando os futuros inimigos, incutindo-lhes aquilo que melhor sabem fazer - terrorismo (foi assim com os Talibã, foi assim com Al-qaeda…)

Fortíssimos - tratando-se de uma associação terrorista com o aval do mundo interior, não tem nada que outros não tivessem, no seu lugar (note-se que os americanos á mataram mais gente em tempo de paz mundial do que em tempo de guerra mundial);

Ter uma população de campónios mestiços e intrusos híbridos não seria o mal, o mal é serem governados por campónios indecentes, como este “Kunta Kinti” que lá está agora.

É de uma ignorância atroz, dizer que:
”Mas os portugueses fazem coisas horríveis uns aos outros sem razão nenhuma. “

Onde fazemos? O que fazemos? Como fazemos?

A não ser andar seguir os terroristas americanos nas suas incursões fanáticas de pirataria internacional.

E, sobre as ex-colónias… já nem é ignorância, é burrice!

Ricardo Ferreira disse...

Este zeca é um caso patológico...

Além de ser do mais conservador e ignorante, tem um inimigo em comum aos comunistas: Os EUA...

Ora bem, eu só conheço uma área ideológica que é anti-americana e profundamente conservadora... os nazis...

Pedro Fontela disse...

Bem sei que o post em si já não ajuda mas as respostas primárias que andam para aqui a ser atiradas estão ao nivel da 4ª classe.

Filipe Castro disse...

João Moutinho,

Por princípio, não tenho medo de ter pensamentos cristãos, volta e meia. :o)

Mas estas coisas não são monopólio dos cristãos. O Novo Testamento está cheio de ideias tiradas de outros textos, gregos, romanos, indianos, etc.

Virtudes como a tolerância ou a temperança estão espalhadas por textos gregos e romanos durante 500 anos, antes dos cristãos as adoptarem, muitas vezes para inglês ver...

A intolerância demosntrada ontem pelos católicos para com Obama mostra bem que uma coisa é o que eles pregam e outra o que eles fazem.

Filipe Castro disse...

Oh Pedro,

Diz-me que o discurso Americano é intencionalmente moralista. Eu não acho nada.

Acho que em muitos casos eles pura e simplesmente não se enxergam, como os portugueses quando desatam a dizer aos estrangeiros que nós não eramos racistas em Angola e em Cabo Verde.

Wyrm disse...

Caro Filipe,

Os "outros" também têm os seus podres. Agora os "outros" não passaram os últimos 50 anos a fomentar ditaduras, provocar conflitos, arrasar o meio ambiente, invadir países soberanos, renegar tratados de não proliferação de armas nucleares, recusar ratificar tribunais internacionais a quem não deixam de recorrer sempre que há algum inimigo a pisar, etc....

Eu gosto de ler o que escreve e tenho-o na conta de um homem com discernimento. Com o poder vem a responsabilidade. É coisa que até se aprende nos comics. Por isso não é "simples" pedir mais moral aos americanos que ao resto do mundo. É apenas pedir que sejam mais responsáveis com o poder que têm.