Obama começou a virar à direita no dia em que Hillary desistiu. A primeira coisa que fez foi nomear um homenzinho um bocado oleoso, chamado Jason Furman, que acha que os pobres não precisam de comer, para chefe dos seus conselheiros económicos.
Nós (eu, pelo menos) passamos a vida a chamar nomes horríveis ao Salazar e ao Franco e ao Mussolini, mas os facistas eram uns meninos de coro ao pé destes neo-cons.
Agora aceitou um compromisso que protege as companhias de comunicações que fizerem escutas ilegais para o estado.
A esquerda desatou aos berros. Mas eu não acho moral que em democracia a esquerda queira impor os seus pontos de vista à maioria. Talvez devesse gastar esta energia a pensar numa maneira de explicar aos campónios que a maioria dos milionários não paga impostos porque comprou os políticos que lhes escrevem as leis, e não porque Deus os abençoou. Por exemplo. Ou a explicar-lhes o que é que o governo faz aos soldados depois deles se tornarem inúteis por perderem pernas e braços, ou desenvolverem síndromas psicológicos que os tornam inúteis para a guerra. Ou a contar-lhes o que se passa, de facto, no Médio Oriente, onde os europeus têm uma colónia onde praticam o apartheid e matam quem se queixa das injustiças.
Obama não é de direita (Clinton era e a mulher dele também). Mas se vier a ser presidente, Obama não pode desatar a resolver os problemas todos do ponto de vista dele: paz, prosperidade, justiça social, educação, liberdade, protecção dos direitos dos cidadãos. Tem de ouvir as pessoas. E as pessoas querem tortura e execuções, igrejas e rezas nas escolas, pornografia depois do jantar, às escondidas, querem ser soldados e matar muçulmanos, criminalizar a homossexualidade e reprimir a sexualidade das mulheres.
Eu demorei imenso tempo a perceber que, por exemplo, aqui no Texas a segurança social é uma coisa que mancha a honra de quem precisa dela. As pessoas preferem não ter dentes do que passar pela vergonha de ter de recorrer à segurança social.
E este é um problema sério: como é que se ajuda a viver melhor uma população que não quer ser ajudada?
3 comentários :
Ou, se preferir, como é que toma o poder quando a maioria não no-lo quer conceder?
Eu acredito que os 42% dos votos de Mugabe na primeira volta são verdadeiros. Mas ainda que representassem apenas 10% já um enigma parecido.
...e a direita portuguesa ainda tem os EUA, e o modelo político americano, como ideal a implementar!
'E este é um problema sério: como é que se ajuda a viver melhor uma população que não quer ser ajudada?'
Com uma bomba antónia nos cornos dessa gente que já merece uma vez que os governos democráticos(cóf cóf),andaram a lançá-las em Hiroshima,Nagasaqui,Sérvia,Iraque muito possivelmente no Irão.
Nunca vi ninguém invadir os EUA,mas tenho visto sempre os EUA invadirem a terra dos outros para meter lá uns fantoches que ficam ricos,ricos,entende?
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