quinta-feira, 12 de junho de 2008

O dia da raça

Os cavalos lusitanos são mansinhos e generosos e, cruzados com cavalos ingleses até saltam alguma coisa. Não dá para competições internacionais, mas cá para casa são óptimos.

Os cavalos de Alter, coitados, como a família real que os criou, só servem para comer. Não saltam, não correm, não aprendem nada a não ser com muito trabalho e começando cedo demais, e por isso fazem lesões com facilidade. E nem sequer são muito bonitos. São uns coiros que não servem para nada, a não ser para a velha anedota do equitador que chegou a uma taberna em 1908, pediu dois copos de vinho enquanto desapertava o colarinho e exclamava: "Que dia!" O taberneiro disse-lhe: "O senhor parece exausto! tem uma profissão difícil?"

"Nem queira saber!" disse o pobre equitador, "Sou equitador dos cavalos de Alter, sabe?"

"Claro!" Disse o taberneiro, "Os cavalos da família real! Como é que eles são?"

"Umas bestas! Uns animais horríveis, produto de muitas gerações de consanguinidades doentias. Estúpidos, coiros, preguiçosos, os animais mais vis da Criação!" O pobre equitador bebeu um dos copos de vinho de um trago e o taberneiro exclamou: "E pela sua cara, se calhar os cavalos não são muito melhores!"

1 comentário :

O MARQUÊS DA PRAIA E MONFORTE disse...

Caríssimo

Com a devida vénia, colonei este seu post.

O Marquês