terça-feira, 17 de junho de 2008

Eleições nos EUA - ponto da situação

Existe um total de 538 delegados afectos aos diferentes estados. Na esmagadora maioria destes vigora um sistema "winner takes all" (só no Maine e no Nebraska, ambos estados pequenos, é que isto não acontece.

Assim sendo, é possível dividir os estados em três categorias: aqueles em que a vitória de Obama é quase certa; aqueles em que a vitória de McCain é quase certa; e aqueles em que está tudo em aberto.

Na primeira categoria estão a California; Oregon; Washington; Minnesota; Illinois; New York; Maine; Hawaii; Vermont; Massachusetts; Rhode Island; Maryland; Washington D.C.; New Jersey; Connecticut e Delaware. Um total de 200 delegados.

Na segunda categoria estão o Idaho; Arizona; Utah; Montana; Wyoming; Colorado; Texas; Oklahoma; Kansas; Nebraska; South Dakota; North Dakota; Arkansas; Louisiana; Mississippi; West Virginia; Kentucky; Georgia; Alabama; Indiana; Alaska; New Hampshire; Tennessee; South Carolina e North Carolina. Um total de 202 delegados.

Na terceira categoria está a Florida (com 27 delegados); Pennsylvania (21); Ohio (20); Michigan (17); Virginia (13); Missouri (11); Wisconsin (10); Iowa (7); New Mexico (5) e Nevada (5). São 136 delegados em jogo. Para vencer a corrida Obama necessita de conquistar 70 destes delegados, enquanto que McCain apenas precisa de conquistar 68. Isto se nenhuma surpresa ocorrer nos estados da primeira e segunda categorias.

No que respeita a esta terceira categoria, nas Margens de Erro vi os seguintes resultados:



Se estes resultados ocorressem nas eleições, Obama perderia por uma unha negra.
Assim sendo, posso apenas concluir que a vitória de Obama está longe de estar garantida. Mas é possível.

Esperemos que venha a acontecer.

14 comentários :

Ricardo Alves disse...

De acordo com essas sondagens, o McCain ganharia facilmente, neste momento, 32 delegados nos «Estados indecisos», e o Obama 38. O que deixa Estados como o Ohio, Michigan, Virginia, Missouri e Novo México como os (provavelmente) decisivos. Ainda acabam outra vez a discutir cantinhos de papel...

João Vasco disse...

«Se estes resultados ocorressem nas eleições, Obama perderia por uma unha negra.»

Obama: 200 + Pennsylvania (21) Ohio (20) + Wisconsin (10) + Iowa (7)+ New Mexico (5)= 263

Precisaria de 270.

Por outro lado, tanto em Ohio (20) como no Michigan (17), Virginia (13) e Missouri (11), a votação está quase empatada.
É como dizes: cada voto nestes estados vai ter uma influência enorme, se as coisas continuarem assim.

Filipe Castro disse...

A máquina de ataque do partido republicano ainda não começou a fazer estragos, mas eu acho improvável que ele sobreviva ao bombardeamento. Além disso as últimas eleições demonstraram que as máquinas de voto e os entraves políticos regionais - aqui no Texas fizeram coisas incríveis às minorias, para não os deixarem votar - são armas poderosíssimas do lado dos republicanos, que têm muiot melhor implantação no terreno (30 milhões de fanáticos evangélicos).

Mas eu já não sei se me importava de ver o McCain limpar os estragos desta administração.

Se ganhar, Obama vai viver os 4 anos mais infelizes da vida dele.

Anónimo disse...

Como é que depois do Bush os republicanos estão em risco de ganhar?!

Anónimo disse...

O ultimo anónimo disse tudo.

Os republicanos estão em risco de ganhar porque, dentro da linha conservadora, o Mccain é um bom candidato, e porque os candidatos dos democratas eram uma grande merda.

Pode-se não gostar do Mccain, mas apesar de tudo o homem tem alguma substancia.Goste-se dela ou não.

Já Obama é um demagogo ao estilo de Kennedy e Martin Luther King, e A Clinton queria estabelecer uma geração dinástica assente na dívida de gratidão dos americanos pelo facto de Clinton ter sido presidente e ser considerado um bom presidente(vá-se lá saber porquê...)

Por isso é natural que Mccain esteja em boa posição. Do outro lado só existem cataventos ideológicos, demagogos e arrivistas que julgam que tem lugar cativo.

É mais ou menos a mesma treta que se passa em Portugal que depois gera a enorme admiração pelo facto de um candidato execrável e miserável e completamente incompetente para o cargo como o senhor Cavaco Silva ter sido eleito Presidente da República.

Enfim a Oeste nada de novo.


A única coisa boa é o que o Filipe Castro afirma: se Mccain ganhar vai ter que andar a limpar durante 4 anos a merda feita pelo Bushismo e isso vai desgastar enormemente a "aura" do Partido Republicano.

Filipe Castro disse...

Eu acho que os republicanos têm hipoteses de ganhar porque a América é um país rural, com milhões e milhões de 'know-nothings' que votam no 'partido de jesus'.

João Vasco disse...

«Pode-se não gostar do Mccain, mas apesar de tudo o homem tem alguma substancia.Goste-se dela ou não.»

Paga a peso de ouro pela indústria do petroleo.
A substância de tornar permanentes uns cortes fiscais irresponsáveis e injustos, e aumentá-los. É preciso fibra para manter a pior política económica da história dos UEA, mesmo com os resultados desastrosos tão à vista, mas McCain tem-na.

João Vasco disse...

EUA

Miguel Madeira disse...

O New Hampshire será assim tão certo para McCain?

João Vasco disse...

Às tantas devia também estar nesta lista.
Como estão as sondagens por lá?

Anónimo disse...

Jotilde e vasco: a industria petrolifera doou dinheiro a todos os candidatos.

Aliás, da ultima vez que vi, o Obama tinha recebido mais da Exxon do que o Mccain, pelo menos oficialmente...

João Vasco disse...

Dissidentex:

Creio que estás desactualizado, porque cheguei a ver a comparação entre os valores de ambos recentemente. Não me lembro da fonte nem dos números exactos, mas a diferença era impressionante.

De qualquer forma, as medidas de Obama em relação ao petroleo são muito mais responsáveis e justas. Não fez nenhuma promessa de baixar os impostos sobre os combustíveis(ao contrário de Hillary e McCain): ao invés falou em promover as energias alternativas. McCain falou em abrir poços onde antes eram áreas protegidas, além da já citada diminuição dos impostos, totalmente disparatada.

Anónimo disse...

Jotile e vasco.

mesmo que esteja desactualizado nos dados, o problema põe-se sempre da seguinte maneira: a que propósito é que a industria americana doa dinheiro a candidatos democratas?

Além disso o discurso da energia alternativa do Obama é algo demagógico, porque os EUA já estão a fazer isso e irão fazer isso quer o Obama ache que sim quer ache que não.

O Mccain está a produzir um discurso de direita para ser eleito.
Depois de ser leito, provavelmente até será quem resolverá os problemas energéticos e do Iraque mais depressa do que o Obama caso seja o Obama.

Eu não gosto do Mccain, mas estou positivamente farto de candidatos que passam por ser de esquerda e que expreme-se o discurso e aquilo ou são só demagogias ou frases banais que soam bem ao ouvido.

É isto que temos em geral.

Quando soube que ambos( Obama e H.Clinton) acham que em matéria de política externa é possível os EUA voltarem a falar com o resto do mundo como falavam antes da ADM BUSH penso que isso diz bem da impreparação de ambos e de não estarem a ver nada.

As coisas mudaram.

João Vasco disse...

«mesmo que esteja desactualizado nos dados, o problema põe-se sempre da seguinte maneira: a que propósito é que a industria americana doa dinheiro a candidatos democratas?»

Ao mesmo propósito que doa aos republicanos.
Mas como o orçamento de campanha do Obama, em termos proporcionais, depende menos do dinheiro da indústria, isso já é uma boa notícia.
Se ele recebe uma proporção tão grande de pequenas doações, isso muda logo o perfil daqueles a quem tem de prestar contas, e é uma mudança positiva.


«Além disso o discurso da energia alternativa do Obama é algo demagógico, porque os EUA já estão a fazer isso e irão fazer isso quer o Obama ache que sim quer ache que não.»

Não é demagógico porque se fala num investimento volumoso concreto (155 bilhões de dólares), por parte do estado.

Isto é diferente de palavras ocas.

«Barack Obama sugere um programa de redução da emissão de gases de efeito estufa baseado num sistema de direitos de emissão, como o que existe na Europa. As indústrias ou instalações que desejam emitir gases poluentes poderiam assim comprar créditos de emissão às empresas ecologicamente corretas.»

E isto é uma excelente ideia.


«Depois de ser leito, provavelmente até será quem resolverá os problemas energéticos e do Iraque mais depressa do que o Obama caso seja o Obama»

Para já está a propor permitir a exploração de jazidas em locais que estavam vedados por motivos ecológicos.

Se eu avaliar McCain pelas propostas que faz e não por uma linha de acção hipotética fundamentada não sei no quê, concluo algo bastante diferente.


«Eu não gosto do Mccain, mas estou positivamente farto de candidatos que passam por ser de esquerda e que expreme-se o discurso e aquilo ou são só demagogias ou frases banais que soam bem ao ouvido.»

Soar bem ao ouvido é importante, porque importa ganhar as eleições e os republicanos jogam sujo.
É importante ser persuasivo, sem se caír na mentira barata.
Que ele seja "vazio" em muitos discursos não me incomoda, porque quem tiver interesse e quiser saber as propostas que realmente defende pode facilmente fazê-lo.
A mim parecem-me boas propostas.


«Quando soube que ambos( Obama e H.Clinton) acham que em matéria de política externa é possível os EUA voltarem a falar com o resto do mundo como falavam antes da ADM BUSH penso que isso diz bem da impreparação de ambos e de não estarem a ver nada.»

Mas mudarem a atitude diplomática é uma excelente ajuda, e é verdade que as administrações democratas têm tido melhores relações com a comunidade internacional.
Falar sobre a desgraça Bush para salientar esse ponto parece-me perfeitamente justo.