- «A base das Lajes nos Açores e o espaço aéreo português foram utilizados para transportar 728 prisioneiros para a base militar norte-americana em Guantánamo, Cuba, entre 2002 e 2006. A denúncia está inserida no relatório "Journey of Death" - 'Viagem de morte' - da organização não-governamental (ONG) britânica Reprieve. (...) O director dos serviços legais da Reprieve diz que "o Governo português tem de fazer alguma auto-análise séria", acrescentando que "nenhum destes presos pode ter chegado a Guantanamo sem cumplicidade portuguesa", escreve Clive Stafford Smith, aconselhando a abertura de um inquérito. Nesta altura está a decorrer um inquérito na Procuradoria-Geral da República aberto por Ana Gomes.» (Jornal de Notícias)
A democracia portuguesa construiu-se, penso eu, sobre um consenso ético de repúdio pela tortura, pelas detenções sem acusação e pelas práticas de vigilância sobre a vida privada, que incluirá naturalmente a rejeição da cumplicidade nessas práticas. Se se provar que elementos do Governo português colaboraram no tráfico de prisioneiros ilegais e na «deslocalização» da tortura, a punição terá que ser exemplar.
1 comentário :
Nem mais!
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