- «A Procuradoria-Geral da República (PGR) admite elaborar um novo parecer sobre a cláusula do contrato entre o Estado e a Lusoponte que confere a esta empresa exclusividade na gestão do atravessamento rodoviário entre as margens do Tejo na zona da Grande Lisboa. (...) Mário Lino explicou que há um elemento novo em cima da mesa: a localização do novo aeroporto de Lisboa na Margem Sul. (...) Segundo o contrato de concessão, a Lusoponte tem direito a receber uma "portagem" por cada veículo que atravesse o Tejo numa via que não seja por si explorada (...) a companhia, agora presidida por Ferreira do Amaral - o ministro que, em 1994, assinou o contrato de concessão.» (Público)
O Filipe Castro falava, há algumas semanas, na «revolving door»: como alguns políticos passam do governo para o conselho de administração de empresas que favoreceram escandalosamente enquanto estiveram no governo. Exemplo português: Ferreira do Amaral, durante o cavaquismo, concedeu a travessia do Tejo a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte. Hoje, preside a essa mesma companhia. A consequência, para os contribuintes, é que o Governo tem que pagar à Lusoponte por cada veículo que atravesse o Tejo na zona de monopólio que opróprio Governo atribuiu à empresa (que é, curiosamente, a zona mais populosa do país).
O neoliberalismo tem destas maravilhas: a privatização monopolista da circulação de pessoas nos rios, e a livre circulação de políticos entre o governo e as empresas.
1 comentário :
Se um pobre nos rouba a carteira podemos sempre chamar a polícia. Não é que eles se ralem muito com isso, mas sempre se pode ligar para a esquadra mais próxima. Mas quando um rico nos rouba a carteira não temos ninguém a quem telefonar! O que é que vamos fazer? Votar? Os ricos já compraram as nossas opções todas...
Não há outro consolo para os portugueses: fado, futebol e Fátima, que são a alegria das maiorias. E poupem uns cobres para dar ao Engenheiro Ferreira do Amaral que parece que tem muitas despesas.
Toda a gente sabe que os ricos sofrem horrores porque têm muitas despesas. Felizes são os pobrezinhos, que ficam todos contentes com qualquer fadinho e um bocadinho de pão.
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