O discurso de Sarkozy em Latrão agradou aos clericais da ocidental praia lusitana, que o têm citado abundantemente no seu órgão político de massas (o Público). Em França, o discurso causou viva polémica, e é criticado até por François Bayrou, um democrata-cristão.
- «LE FIGARO. Que pensa do conceito de «laicidade positiva» defendido por Nicolas Sarkozy?
François BAYROU. Quando se tem necessidade de um adjectivo, é porque se quer mudar o sentido à palavra. Há no discurso pronunciado a Saint-Jean-de-Latran algo de profundo, que passou quase desapercebido, um colocar em causa da concepção da laicidade republicana à volta da qual, desde a Libertação [1945], a França se construiu. Exprimindo-se como presidente da República, Sarkozy introduziu a noção de «raízes essencialmente cristãs» da França, esquecendo o grande movimento de emancipação do Iluminismo. (...) - LE FIGARO. É um erro falar de esperança quando se faz política?
- François Bayrou: A República não deve subtrair a esperança às religiões. A República está encarregue de realizar um mundo melhor, e não de convidar a esperá-lo. Esta concepção sociológica da religião, fornecendo a «esperança» que faz com que os povos se mantenham tranquilos e respeitem as regras estabelecidas, acreditava-se que já estava bem longe de nós!»
No sítio da Associação República e Laicidade podem ler-se também reacções associativas (Mouvement Europe et Laïcité e Libre Pensée) e a resposta do filósofo laicista Henri Peña-Ruiz.
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