domingo, 2 de dezembro de 2007

Memorial ao massacre de 1506

A Câmara Municipal de Lisboa tem protelado a votação do projecto de memorial ao massacre de 1506 (cerca de 3000 mortos em três dias, vítimas da intolerância anti-judaica e de uma multidão acicatada por frades e marinheiros estrangeiros). Está a correr uma petição para que a CML não esqueça o projecto (assinar aqui).

Pessoalmente, considero que seria da maior importância que o pior massacre por razões religiosas que teve lugar em Portugal fosse assinalado por um memorial no local devido (o Largo de S. Domingos, onde tudo começou). Espero que o projecto não seja apropriado por nenhuma confissão religiosa ou grupo de confissões religiosas, e que celebre os valores que permitem a convivência entre todos os cidadãos: tolerância e laicidade.

7 comentários :

Filipe Castro disse...

E acho que era importante a ICAR pedir desculpa.

Pedro Fontela disse...

"E acho que era importante a ICAR pedir desculpa."

lol e alguém acreditava neles? Com aquelas desculpas condicionais dos factores históricos e tal e coisa... como se não fosse a mesma instituição do presente.

Marco Oliveira disse...

Ricardo,
Esta petição foi lançada por um membro da comunidade judaica. Os principais defensores desta iniciativa têm sido a Comunidade Judaica e alguns sectores da Igreja Católica. É natural que sejam essas duas confissões a iniciativa neste projecto. Até seria estranho que outra organização tentasse "apropriar-se" do projecto.

Pedro,
Isso é ser preso por ter, e por não ter, cão.

Ricardo Alves disse...

Marco,
a petição é dirigida à CML, é à CML que compete decidir que monumentos são colocados na praça pública. Se querem um monumento que divida os lisboeta, ponham lá a cruz e a menorá. Se querem uni-los, sigam a minha sugestão.

Marco Oliveira disse...

Ricardo,
Este monumento é apenas para a evocação de um massacre. Provavelmente o mais horrendo daquilo que foram as perseguições religiosas em Portugal.

Para evocar todas as vitimas da intolerância religiosa o local indicado seria o Terreiro do Paço. Era ali que se realizavam os autos de fé... Não está lá uma placa nem qualquer monumento evocativo. Há vitimas que cairam no esquecimento.

Ricardo Alves disse...

Marco,
acho importante que se faça um monumento na Praça do Comércio.

Mas quanto ao projecto para o Largo de s. domingos, livrem-se de lhe dar nome de encíclica papal, como já vi sugerido por aí...

Marco Oliveira disse...

Pois... nome de encíclica não faz sentido.