quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Revista de blogues (21/12/2006)

  1. «De facto, a maioria das IVGs faz-se até às 6 semanas (...) com cerca de 56% das intervenções realizada com recurso a fármacos, nomeadamente mifepristone ou a pílula RU-486, o que, segundo Elizabeth Aubény, implica serem os custos da IVG para o Estado Francês bem menores do que os custos do tratamento das complicações derivadas do aborto clandestino. E claro, são eliminadas as consequências do aborto clandestino (infecções generalizadas, infertilidade e morte) (...) há um número elevado de portuguesas que realizam em França o que é criminalizado em Portugal, embora o número tenha diminuido desde que é possível realizá-lo em Espanha.» («O aborto em França e as práticas actuais», no Diário Ateísta.)
  2. «O campo do "não" agora usa o argumento "às dez semanas já há um coração que bate". Mas, vamos lá ver: o argumento "pró-vida" tradicional era que "a vida começa na concepção" (tanto os óvulos como os espermatozóides são células vivas, mas pronto...). Se a ideia continua a ser essa, o coração já bater ou não às 10 semanas é irrelevante. Assim, ao usarem esse slogan, estão implicitamente (mesmo que involuntariamente) a levarem a discussão para o ponto "que grau de desenvolvimento orgânico o embrião tem de ter para ser considerado pessoa?". Ora, a partir do momento em que o debate vai para esse ponto, porque é que a fronteira há de ser "o coração que bate" e não "o cérebro que funciona"?» («"Um coração que bate"», no Vento Sueste.)
  3. «(...) há aqui uma confusão tremenda: entre conceitos puros, como liberdade, e conceitos instrumentais, como democracia, totalitarismo e ditadura. Depois (...) a aplicação que aqui se faz à liberdade como restrita à esfera individual não faz qualquer sentido: quanto maiores as liberdades civis, maiores as liberdades individuais, pelo menos se se quiser pensar estes conceitos como relativos à totalidade dos seres humanos- será de modo diferente, sem dúvida, numa sociedade de tipo aristocrático, mas isso, presumo eu, não é opção que se deva sequer colocar.» («Ethos "liberal"», no 2+2=5.)

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