O crescimento económico do Chile de Pinochet explicado às criancinhas:
- «Se afastas toda e qualquer oposição, matas os indesejáveis, privatizas tudo, incluindo o sistema de pensões, e impedes a manifestação sindical, é mais fácil que a economia cresça» (Diário de Notícias).
4 comentários :
Olhe que as criancinhas são bastante mais espertas do que pensamos.
Alguém teve um momento de "inspiração" dirigido a adultos dementes, será mais fácil acreditar que o caso seja assim. Ou então é o pobre entrevistado que não sabe dialética.
João Moutinho,
não creio que os chilenos de 1973 pudessem ser considerados «adultos dementes».
O que a frase recorda é que, numa ditadura, é fácil fazer avançar qualquer tipo de reforma económica que se queira. Com a oposição eliminada e/ou coarctada, fica tudo mais fácil...
O que eu quero dizer com isto é que o enfranquecimento da sociedade civil, no qual estão incluídos os sindicatos, não é condição sine-quanon (é assim que se escreve?) para o desenvolvimento económico e industrial.
Ironia do destino, a ditadura chileno até terá ajudado a catapultar a economia mas a argentina (com 30.000 mortos ao invés da chilena que "só" contou 3.000) foi preversa nesse campo.
Várias vezes tenho recorrido ao exemplo escandinavo, sindicatos fortes não são entraves, antes pelo contrário, responsabilizam os trabalhadores pelo (in)sucesso das empresas.
A «sociedade civil» tem muito que se lhe diga. Há quem defenda que uma «sociedade civil» forte é o esteio da democracia, e simultaneamente se aproxime de defender a proibição dos sindicatos. É o caso de muitos dos que se entusiasmam com Pinochet.
Sim, sindicatos fortes são importantes. Mesmo mais do que grandes empresas que possam fazer o que quiserem sem qualquer freio ou contrapoder.
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