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- Rui Tavares, respondendo no Barnabé a Bruno Cardoso Reis, equaciona um dilema quanto aos símbolos religiosos: ou se respeita o princípio da igualdade (todos têm direito a ver os seus símbolos na parede da escola), ou o princípio da neutralidade (a parede fica vazia). Não acredito que a primeira solução seja exequível. Por duas razões: em primeiro lugar, não há parede que chegue, e em segundo lugar os símbolos de algumas religões são ofensivos para os seguidores de outras. Portanto, o mais simples e menos conflituoso é mesmo deixar a parede sem símbolos de facções religiosas ou outras...
- Bruno Reis apresenta, a este respeito, um argumento curioso: devem permanecer nas escolas os crucifixos com valor artístico. Como argumento de diversão, é original e poderia até servir para promover a exibição nas escolas de «O triunfo da vontade», de Leni Riefenstahl. Mas ilude o essencial: os crucifixos não foram parar ao espaço escolar (que é «público» no sentido de estatal) pelo seu (discutível) valor artístico. São, isso sim, propaganda religiosa ilegal, facto que não o vi referir.
- Bruno Reis faz também alguma confusão à volta do caso do padre Loreno. Parece defender que os sacerdotes (apenas os católicos?) estarão acima da lei eleitoral, que pretende ver alterada. Defenderá Bruno Reis também o fim do período de reflexão pré-eleitoral e de outros preceitos que limitam a liberdade de expressão durante o período eleitoral?
- Finalmente, Bruno Reis afirma que «[Afonso Costa] confiscou todos os bens da Igreja Católica». Não me parece muito exacto. Será que se refere às ordens religiosas? E quanto às igrejas, com que fundos senão (fundamentalmente) os públicos e estatais foram erigidas antes de 1910 (e mesmo depois)?
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