Passos Coelho, de visita à Argélia, declarou que «a Europa deve seguir o exemplo da Argélia no combate ao terrorismo». Sim, da Argélia: um país que mantém a pena de morte e que tem prisões secretas onde se tortura. Será este o exemplo que Passos quer seguir? Reintroduzir a pena de morte e criar prisões com tortura? Ou será que quando Passos defende «ao nível dos serviços de informação ou de inteligência (sic) uma maior cooperação» está a anunciar mais poderes para os espiões, inclusivamente o de deter pessoas? A interpretação é legítima. No mínimo, pode dizer-se que Passos não se esforçou por evitar essa leitura.
No entanto, quem quer combater o terrorismo sem ser pela via securitária tem uma alternativa: aprender com a Suécia e não com a Argélia. É que também ontem o governo sueco anunciou que vai terminar a cooperação militar com a Arábia Saudita. Como é sabido, foi do país de Meca e Medina e dos seus satélites do Golfo que saiu o dinheiro que financiou todas as redes jihadistas, da Al-Qaeda ao Estado Islâmico. Isolar diplomática e militarmente a Arábia Saudita é cortar a água às raízes do islamofascismo. E o que faz o governo português quanto à Arábia Saudita? Ah, negócios (numa «relação política perfeita»).
No entanto, quem quer combater o terrorismo sem ser pela via securitária tem uma alternativa: aprender com a Suécia e não com a Argélia. É que também ontem o governo sueco anunciou que vai terminar a cooperação militar com a Arábia Saudita. Como é sabido, foi do país de Meca e Medina e dos seus satélites do Golfo que saiu o dinheiro que financiou todas as redes jihadistas, da Al-Qaeda ao Estado Islâmico. Isolar diplomática e militarmente a Arábia Saudita é cortar a água às raízes do islamofascismo. E o que faz o governo português quanto à Arábia Saudita? Ah, negócios (numa «relação política perfeita»).
5 comentários :
Há bastante diferença entre os negócios da Suécia com a Arábia Saudita (venda de armas), e os negócios de Portugal com esse país (abertura nele de uma loja para venda de mobiliário). No primeiro caso o consumidor é o Estado saudita; no segundo caso os consumidores são privados. No primeiro caso o objeto vendido é perigoso e pode ter utilizações muito perniciosas; no segundo caso, não.
Certamente. Mas, na medida do possível, a Arábia Saudita deve ser isolada *também* economicamente.
Não concordo com boicotes ou isolamentos económicos.
Os povos devem ter a plena liberdade de negociar uns com os outros.
Os Estados podem boicotar-se entre si, mas as pessoas devem ser livres de negociar umas com as outras. Para benefício mútuo.
O povo saudita não tem liberdade nenhuma.
Qualquer "negócio" com essa feroz ditadura e principal financiador do radicalismo islamico wahabita deveria ser condenado veementemente.
Negociar com essa gente, é perpetuar o sofrimento de milhões de sauditas e apressar a nossa própria destruição.
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