Uma organização intergovernamental de meia dúzia de países da Europa ocidental produziu um governo de facto de um continente inteiro, governo esse que não resulta de eleições e que se dá ao luxo de criticar o Tribunal Constitucional da democracia portuguesa. Há ditaduras menos subtis, é certo, mas a Comissão Europeia é talvez a maior responsável política pela crise dos últimos anos - e não a podemos sancionar em eleições.
Adenda: o relatório em que a Comissão não eleita designa o Tribunal Constitucional como o inimigo a abater.
Adenda: o relatório em que a Comissão não eleita designa o Tribunal Constitucional como o inimigo a abater.
5 comentários :
Quem escolheu o Presidente da Comissão foi o Blair (a conselho do Bush), através dos sucessivos vetos a outras propostas de Presidentes mais europeístas. A Europa dos soberanismos dá nisto. É por isso que eu defendo soluções mais europeístas: presidente da comissão eleito directamente pelo povo.
Mas se a Comissão Europeia decidir, por exemplo, criticar a deriva autoritária na Hungria, aí já o Ricardo Alves não perguntará quem a elegeu...
Colocar a defesa de direitos fundamentais e da democracia ao mesmo nível do que a defesa da finança é o disparate de abertura da «direita liberal».
Eu não estou a colocar nada ao mesmo nível. Estou apenas a dizer que o argumento que o Ricardo Alves utilizou, de que a Comissão Europeia não foi eleita, é falacioso e inválido. O facto é que a Comissão Europeia, apesar de não ter sido eleita, tem o direito de, e a independência para, tomar posições próprias.
Não é a mesma coisa criticar a deriva autoritária na Hungria e o Tribunal Constitucional. Até é o contrário.
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