Depois das recentes remodelações, à primeira vista, para quem não está habituado, é surpreendente a naturalidade com que entram para o governo vários novos ministros e secretários de estado (nomeadamente Miguel Poiares Maduro e Fernando Alexandre) imediatamente a seguir a o terem criticado duramente. Passos Coelho parece seguir uma política iniciada por Relvas, quando contratou para seu assessor o blóguer João Gonçalves, outrora forte crítico (pela direita) do PSD: chamar para junto de si os seus maiores críticos, de preferência com méritos académicos, coisa que eles (Relvas e Passos) não têm.
Uma primeira análise poderá levar a questionar a consistência deste governo e a coerência dos seus membros, capazes de esquecerem o que imediatamente antes haviam dito em troca de um prato de lentilhas. Não vou estar a pôr as minhas mãos no fogo a defender a coerência de nenhum destes novos membros do governo, mas a minha interpretação é outra. Todos eles partilham a mesma ideologia (repito: ideologia) liberal: estado e governo mínimos. Todos eles podem discordar entre si no que defendem, mas até por isso partilham a ideia de que o governo deve governar o mínimo possível. Pessoas que pensem desta forma podem discordar em certos aspetos, mas acharão essa discordância normal entre liberais que estão de acordo no princípio do estado mínimo. Por isso eu não me deixo impressionar por estas divergências que são só aparentes.
quarta-feira, 24 de abril de 2013
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