- «Em 2011 as campanhas de recolha em supermercados contribuíram apenas com 10% do valor dos produtos recolhidos pelo Banco Alimentar de Lisboa. A indústria agro-alimentar, reciclando os seus excedentes, doou 43%. A reciclagem de excedentes da UE contribuiu com 22%. O Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (de novo, os excedentes) doou 11%. As retiradas de fruta pelo IFAP (ainda os excedentes) renderam 6%. Ou seja, ao todo, o escoamento de excedentes correspondeu a 82% do valor dos produtos distribuídos.
- O Banco Alimentar precisa das campanhas de recolha em supermercados por boas razões de marketing e ao fazê-lo mantém ocupados os escuteiros e toda a rede de voluntários ligada à Igreja Católica, que enquanto estão à porta dos supermercados a estender-nos os saquinhos estão a contribuir à sua maneira para o bem comum e a ajudar-nos a - como em todos os actos de caridade - aliviar as consciências sem resolver nenhum problema estrutural. (...) o core business do Banco Alimentar não é a nossa caridade, é evitar o escândalo da destruição de produtos alimentares no nosso país e na nossa Europa. (...)» (Paulo Pedroso)
sábado, 10 de novembro de 2012
Revista de blogues (10/11/2012)
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5 comentários :
o core business do Banco Alimentar não é a nossa caridade, é evitar o escândalo da destruição de produtos alimentares
Certo. Mas (1) não é este um core business meritório? (2) Se é este o verdadeiro core business do BACF, porque o acusam, simultaneamente, de fazer caridadezinha salazarenta?
(1) Sim, é meritório.
(2) Por causa das declarações da Jonet. Não as ouviu?
Näo é preciso o BACF para evitar o escândalo da destruiçäo de produtos alimentares.
Basta que os supermercados os ofereçam ao clientes, ou que lhes botem desconto (coisa corriqueira em pardieiros pobres como... na Alemanha!). AH, mas se fizerem isso, as pessoas näo compram, esperam pela oferta... entäo nesse caso evita-se o escândalo da destruiçäo de produtos alimentares, pura e simplesmente, por melhor planeamento da procura.
Ai mas eu sou täo estúpido! Qual planeamento qual quê, os escaparates têm de estar sempre sempre sempre cheios, mesmo que mais de metade no fim do dia vá para o lixo! É o capitalismo em todo o seu esplendor!
Eu ouvi, e francamente não percebo por que se fez tanto escândalo delas. A senhora disse, de forma um tanto desajeitada e coloquial, que precisamos de baixar o nosso consumo, coisa que já muita outra gente disse em muitas ocasiões, sem que se tivesse feito tanto barulho por causa disso. Não vejo por que se atiraram tanto à Jonet.
De qualquer forma, mesmo tendo as declarações dela sido menos felizes, não vejo por que também atacam o BACF como fazendo caridadezinha salazarenta, coisa que, como bem faz notar Paulo Pedroso, não é o seu core business, mas apenas um subproduto da sua atividade.
Luís Lavoura, o BACF é atacado pela razão, muito óbvia, de que a sra. Jonet aproveita o prestígio público que o BACF lhe dá para ter um discurso contra os pobres (e não contra a pobreza), que diz que são uns mimados que preferem comer nestum para depois gastar dinheiro em concertos rock, que diz que foram mal educados, etc. Tudo dito com uma enorme insensibilidade social, num momento que já é explosivo.
Não são poucos os que se recordaram da Supico Pinto e do MNF a propósito da Jonet e do BACF... e com razão.
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