quarta-feira, 16 de abril de 2008

Um católico laicista

Pode ser-se católico e defender a laicidade, e a prova é o discurso que se segue (via Povo de Bahá).



É curioso verificar que, quase cinquenta anos depois, muito poucos católicos portugueses (e nenhum político católico português...) seriam capazes de ir tão longe na defesa do laicismo (ou laicidade):
  1. Nenhuma autoridade religiosa pode dar indicações de voto;
  2. Nenhuma escola religiosa pode beneficiar de fundos públicos;
  3. Nenhum político aceita instruções do Papa ou da Conferência Episcopal.
O político do filme estava muito à frente...

17 comentários :

Nuno disse...

Pois estava...........mas foi asassinado!

Francisco Múrias disse...

1. Nenhuma autoridade religiosa pode dar indicações de voto;
2. Nenhuma escola religiosa pode beneficiar de fundos públicos;
3. Nenhum político aceita instruções do Papa ou da Conferência Episcopal

1- Porquê? Um padre ou um bispo não são gente?
2- Porque é que quem filhos em escolas religiosas tem que pagar em impostos a escola publica?
3- Claro que nenhum politico recebe instruções do Papa ou da Conferencia Episcopal . Podem é ter opinião convergentes.

Anónimo disse...

O político do filme está a fazer tijolo à 40 anos.

Francisco Múrias: o seu comentário é tão disparatado pela argumentação que encerra que mete dó.

Especialmente o ponto 2.

Comparar o número ínfimo de pseudo católicos e o que pagam de impostos misturando isso com liberalismo económico e o que paga a restante população em impostos não cobrados à Igreja católica é o mesmo que comparar um organismo unicelular com uma baleia orca e dizer que são iguais.

A diferença é claramente a favor de quem não se considera católico.


Mas no seu caso não admira: o fanatismo tolda-lhe as ideias.

O que acho engraçado em si, é vir mandar bocas no "devaneios desintéricos" acerca de casos de 4.23 euros terem que ir a tribunal, não achando isso um desperdício de dinheiro e aqui no E-republicana estar muito preocupado com a quantia infinitamente pequena e miserável que um conjunto de parasitas supostamente paga de impostos.

O que você e os seus amigos queriam era uma sharia católica, mas esse peditório já acabou.
E não volta contrariamente aos delírios de umas certas pessoas.

E quanto ao ponto 3 deve ser uma particular tentativa de humor contida no mesmo.
Humor pseudo católico, e sem piada.

Pedro Fontela disse...

Dissidente,

Não sabes que "nacionalistas", conservadores e católicos são sempre inocentes nos seus comentários? É só má fé por parte dos outros... é pena é os resultados darem razão aos críticos... a verdade é tramada.

Francisco Múrias disse...

O comentário do ponto 2 não é nada disparatado antes pelo contrário .O Sr sabe que se o Estado desse um cheque de 250 euros a cada estudante poupava dinheiro e cada um escolhia a escola que quisesse?

Quanto aos 4.23 euros do tribunal também acho um desperdício levar a tribunal.Mas como é que o sr quer resolver o problema? Por dia são roubados de todas as lojas milhões de 4.23 euros . Serão os comerciantes obrigados a sustentar ladrões?

Anónimo disse...

O Estado, que eu saiba, só financia escolas privadas (católicas ou não) no caso de não haver uma escola pública (no ambito de uma dada escalade proximidade). Isto, no sentido de permitir que os alunos que não podem pagar as escolas privadas e que estão longe das públicas, ou não tenham lá lugar, possam frequentar as privadas pagas sendo a sua frequência paga pelo Estado Social.

Anónimo disse...

Francisco múrias:

deixe-se de tretas.

mas a que propósito é que qualquer pessoa aceita pagar impostos que depois vão servir para oferecer um cheque educação a pessoas que a podem pagar porque tem rendimentos para isso?


Agora as pessoas ricas também querem que se lhes pague a educação dos filhos?


Já não pagam os impostos que deviam pagar e ainda querem que se lhes pague a educação dos filhos através do cheque educação?

E que contas são essas dos 250 euros?
Quer dizer, o ministério da educação diz que gasta 5000 euros po aluno por ano.

As propinas na universidades são o que são e dão para comparar em termos de preços.
Portanto chega-se a esse número de 250 euros de onde?
Caiu do céu?

E quanto aos 4.23 euros é fácil de resolver o problema.

Quem os roubou que os pague acrescido de uma multa ou oura qualquer medida de coacção.

Agora estar a levar a tribunal é que não.

Francisco Múrias disse...

1-Pois gasta e isso são 416 euros por mês. Se passasse um cheque de 250 euros/mes poupava 166 euros e os estudantes podiam pagar as propinas na escola que escolhessem.

Os contribuintes pagariam menos impostos e ficariam melhor servidos. Poupava-se 40% por estudante

2-E quem é que decide que o ladrão é ladrão? O policia de giro? O gerente do supermercado?

João Vasco disse...

As contas do Francisco Múrias estão obviamente erradas.

Se hoje o estado tem X dinheiro por mês para gastar com Y alunos, então necessitaria de ter X+h dinheiros se fosse pagar a Y+w alunos tanto quanto gasta actualmente com os primeiros.

Isso queria dizer agravar os impostos. E para manter os impostos igualmente progressivos, teria de os agravar em grande medida entre aqueles que hoje pagam escola privada. Em grande medida iria ficar tudo na mesma, tirando que aqueles que têm muito dinheiro mas conseguem fugir facilmente aos impostos ainda iam receber cheques-ensino por cima...

Anónimo disse...

Francisco Múrias:

Se passasse um cheque???!!!
E desde quando é que 250 euros por mês chegam para "Um estudante escolher a escola que quisesse"?

E os contribuintes pagariam menos impostos à propósito de quê?

O dinheiro é sempre o mesmo, não é elástico, portanto de onde é que vem a teoria de que os contribuintes pagariam menos imposotos?

Quer dizer, os ricos pagariam menos impostos; isso não há dúvida.

Em vez de pagarem os 10.000 euros ano por inteiro nas escolas que "escolhem," passavam a ser subsidiados 250x12, ou seja a serem subsidiados à volta de 25% de 10.000 euros por ano.

De facto é um grande "negócio" para este conjunto ínfimo de contribuintes.
Drenar dinheiro a alunos cujos pais ganham o ordenado mínimo é um grande negócio.
Para quem faz a drenagem.

Além do mais as suas contas só o são ceteris paribus, ou seja estáticas.
Não há inflação nem deflação nesses cenários fantasistas?
Ou seja, é o cenário que o Jvasco põe no comentário acima.

O dinheiro do Estado depois viria de onde?

Recuso-me terminantemente a admitir uma situação em que estou a pagar impostos para financiar pessoas ricas em 25% das propinas delas.

Terminantemente.
Inventem outra chulice.

2- quem é que decide quem é ladrão - o polícia de giro?

Os delegados do ministério público servem para quê?

Não é para filtrarem o que vai e não vai a tribunal?

Ou é só para terem 4 meses de férias por ano e escreverem articulados jurídicos mal feitos como tudo?

Mas ò Múrias você é do Bloco de esquerda por acaso ou do PCP?

Mas isto é o quê? Este país é o quê?
A casa da sogra?

Francisco Múrias disse...

É obvio que as contas não estão erradas.

1-Um aluno no sistema privado custa muito menos do que um aluno no sistema publico.
Enquanto um aluno num colégio custa cerca de 250 euros e o colégio tem lucro um aluno no sistema publico custa 416 euros.
A diferença é roubo aos contribuintes
2- Se todos os alunos recebessem um cheque de 250 euros o estado poupava 200 000 000 de euros e cada aluno podia escolher a escola que quisesse.

Mas querem saber mais?

Se o estado fizesse um bom seguro de saúde por cada português de 25 euros por cabeça poupava 2 mil milhões de euros e cada doente podia escolher o hospital e o medico


Pagava-se menos impostos porque o estado gastava menos e prestava serviços melhores

Só para terem uma pequena ideia de como neste momento somos ricos (e estúpidos) basta pensar que se o estado tivesse mantido a despesa a preços constantes que tinha no tempo da outra senhora para se ter um défice de 6% era preciso que ninguém pagasse impostos.
Não sei perceberam. Se o estado gastasse o mesmo que gastava no tempo da outra senhora(com a guerra do ultramar e tudo ) a despesa do estado representava 6% do PIB o que quer dizer que não havia impostos se tivéssemos um defice de 6%. Não havia IVA, não havia IRC, não havia IRS, não havia imposto sobre o tabaco nem sobre as bebidas alcoólicas nem sobre a gasolina não havia sisa nem imposto municipal, nem imposto de circulação, nem imposto de selo nem impostos sobre as importações. Todo esse dinheiro estava no bolso dos contribuintes em vez de estar nos bolsos das Mota engiles e companhia.

Vejam bem como é bom o socialismo. Rouba aos pobres para dar aos ricos. Talvez seja por isso que todos os grandes capitalistas financiaram os socialistas

CA disse...

1) Ninguém respondeu à primeira objecção do Francisco Múrias. Porque é que um líder religioso não poderia dar indicações de voto? A liberdade de expressão não é um valor em democracia?

2) Quanto às contas, têm que ser feias com cuidado. Comparar os miseráveis seguror d saúde com o SNS não faz qualquer sentido. Os seguros não só não cobre muitos tratamentos (infertilidade, por exemplo) como têm limites de idade e são anuais pelo que uma seguradora pode desistir se suspeita que o segurado começa a dar despesa.

Anónimo disse...

"1-Um aluno no sistema privado custa muito menos do que um aluno no sistema publico.
Enquanto um aluno num colégio custa cerca de 250 euros e o colégio tem lucro um aluno no sistema publico custa 416 euros."


Mistificação. As engrenagens do mercado apenas dispersariam e infacionariam o preço da educação. O facto de existir o ensino público contém a procura do ensino privado, aligeirando os preços que estes praticam.
Se adoptássemos o cheque-ensino, o preço da educação adaptar-se-ia aos vários segmentos da sociedade, segregando os alunos de acordo com os escalões remuneratórios dos pais. Aplicando o preço da exclusividade (custos idênticos mas preços muito superiores, para afastar a ralé) nas classes mais ricas, e a competição de custos nas classes mais pobres.
Para além de todos os princípios éticos (igualdade de oportunidades) que me levam a rejeitar esta via, ainda ficaríamos como uma educação mais cara porque aquilo que poupas na eficiência dos custos (a dispersão para baixo) seria sempre muito inferior àquilo que aumentas no preço da exclusividade para afastar da ralé aqueles que agora frequentam o ensino privado (dispersão para cima).

Anónimo disse...

"Porque é que um líder religioso não poderia dar indicações de voto? A liberdade de expressão não é um valor em democracia?"

A laicidade prevê exactamente que eles possam dar as opiniões que quiserem.

CA disse...

Rouxinol

"A laicidade prevê exactamente que eles possam dar as opiniões que quiserem."

Mas não é isso que diz o ponto 1 do post.

Francisco Múrias disse...

Não obrigatoriamente porque o Estado ao negociar no mercado global um seguro de saúde para 10 milhões de portugueses conseguiria um óptimo seguro de saúde para cada um dos Portugueses. Não haveria mercado interno nos seguros de saúde. O único comprador seria o Estado que poderia impor condições com muito mais facilidade. (era um negocio de 250 milhões de euros mensais para a seguradora que ganhasse o concurso)

Francisco Múrias disse...

Quanto à educação:Isso poderia acontecer se o Estado deixasse o mercado livre, mas o Estado poderia tabelar os preços . Claro que não ia ser igual para todos. Os melhores, com melhores notas iriam para as melhores escolas e universidades pois as escolas tenderiam naturalmente a fazer exames de admissão