quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Revista de blogues (7/12/2006)

  1. «Há algumas coisas que se vão sabendo sobre a questão dos voos da CIA, na sequência dos trabalhos da Comissão do Parlamento Europeu: Por toda a Europa houve governos que, no mínimo, fecharam os olhos a actividades ilegais da CIA (...) Portugal é um dos países que apoiaram a invasão do Iraque e em que se fechou os olhos a que pudessem ser cometidas violações dos direitos humanos em território português. Se o foram ou não, de facto, é provável que tenha dependido mais da necessidade dos americanos de o fazerem do que de outra coisa qualquer. Mas, de facto, parece que não se passou em Portugal nada de muito diferente do que se passou por toda a Europa.» («Às voltas com os voos da CIA», no Canhoto.)
  2. «A democracia portuguesa já não seria uma fraude se o cargo de Chefe de Estado fosse de nomeação vitalícia, mesmo que o ilustre herdeiro designado se viesse a revelar um reaccionário imbecil, retrógrado e enfeudado a uma religião, ou fosse, enfim, uma besta qualquer que o povo tivesse de aturar (como tantas vezes já sucedeu) para o resto da sua vida.» («El-Rei Dom Chouriço», no Random Precision.)
  3. «Parece-me que existe uma analogia óbvia entre o que o Estado deve fazer no domínio económico para assegurar as condições da autonomia pessoal e a intervenção que também deve ter, noutros domínios da esfera social, para assegurar os mesmos fins. O ethos do liberalismo confunde-se com a salvaguarda da autonomia individual necessária para a prossecução dos projectos de vida de cada um, independentemente do seu estatuto social de origem; se para alcançar esse fim, o Estado se deve abster de intervir, pois que se abstenha; se deve em vez disso intervir, para libertar o indivíduo do abraço da comunidade em que nasceu, pois que intervenha também - porque o respeito pela diferença de cada comunidade cultural é condicional à sua própria aceitação da diferença no seu interior, e a proeminência ôntica dos indivíduos sobre os grupos deve conduzir o Estado a tolerar a sua existência apenas e se essas comunidades tolerarem que os membros que lhes pertencem, maxime por nascimento, possam a qualquer momento pensar diferentemente e decidir abandoná-las.» («Uma resposta», no Cinco Dias.)

2 comentários :

dorean paxorales disse...

Ainda a propósito da família presidencial (aproveito as opiniães expressas pelo autor da posta 2 para me considerar on topic...), tinha-me passado desapercebido que Sampaio oficializou a coisa para mulher e sucedâneas:

http://www.presidencia.pt/?id_categoria=20&id_item=238

Concordas?

Ricardo Alves disse...

Oficializado, não concordo.