quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Revista de blogues (14/12/2006)

  1. «Augusto Pinochet lá faleceu (...) Calculo que a esta hora já tenham surgido alguns obituários menos sombrios, sempre salientando as maravilhas do dito "milagre económico chileno", que terá ocorrido sob a batuta dos Chicago Boys de Friedman. Uma nova versão dos comboios a horas dos fascistas (...) em 1973, quando Pinochet tomou o poder, a taxa de desemprego no Chile era de 4.3%. Em 1983, depois de 10 anos de liberalização selvagem, já atingia os 22%. Os salários reais baixaram 40% sob o governo militar. Em 1970, 20% da população do Chile vivia na pobreza. Em 1990, quando o ogre saiu do poder, este número duplicara (...) entre 1972 e 1987, o PNB per capita caiu 6,4%.» («Pinochet e o milagre com pés de barro», no Aspirina B.) Ver também, no Spectrum, uma curiosa homenagem a Pinochet.
  2. «Uma mulher que nunca, mas nunca teve uma relação sexual não protegida (...) Essa mulher terá tido, suponhamos, a menarca aos 15 anos e a menopausa aos 50. Façamo-la ter 2 filhos e iniciar a sua actividade sexual aos 17 anos, tendo 1 relação sexual por semana como média. (...) Dos 17 aos 50 anos são 33 anos. Retiremos uns 3 anos por ter tido 2 gravidezes, dá 30 anos de fertilidade, ou seja, 1560 semanas. (...) Consideremos uma taxa de eficácia dos métodos contraceptivos que usa de 99,5%. Se fizerem as contas chegarão à conclusão que há probabilidade que 1,5 relações resultem numa gravidez... que esta inconsciente (...) possa escolher não querer assumir este azar é algo que muita gente anda a defender.» («Um exercício fútil e idiota mas às vezes dá vontade de o ser...», no Womenage A Trois.)
  3. «Nuno Rogeiro aceitou participar na palhaçada iraniana sobre o Holocausto. (...) Escreveu mesmo um texto para a nobre ocasião. Não sendo negacionista, Rogeiro deu a sua caução a este acto de provocação. (...) A participação de Rogeiro neste zoológico – no mesmo momento em que a oposição iraniana se manifesta corajosamente contra Ahmadinejhad – é uma vergonha. Fosse alguém do quadrante político oposto a fazê-lo e, dissesse o que dissesse no encontro, estaria neste momento a ser feito em picadinho. E com toda a razão.» («Caução», no Arrastão.)

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