- «O mais extraordinário na campanha de alguns dignitários católicos contra a revisão do regime da assistência religiosa nos hospitais (devidamente secundada por uma bateria de fiéis comentadores e editorialistas) foi o recurso a flagrantes falsificações sobre o projecto governamental. Assim, por exemplo, não é verdade que o pedido de assistência só possa ser feito directamente pelos próprios pacientes (pois também pode ser solicitada por familiar ou outra pessoa próxima, ou mesmo por iniciativa do ministro do culto da religião que o paciente tenha indicado como sua); nem é verdade que a assistência só possa ser feita nas horas das visitas (pelo contrário, pode ser prestada a qualquer hora, e preferivelmente fora das horas de visitas). E quanto à exigência de forma escrita, é evidente que ela pode ser feita num formulário entregue ao doente ou familiar à entrada no serviço.» (Vital Moreira)
- «O curioso é que, tendo-se finalmente acesso ao diploma - que, diga-se de passagem, embora não sendo um texto definitivo, deveria, em face da polémica, ter sido divulgado pelo Ministério da Saúde - a maior parte daquilo que foi dele dado como certo é falsa. Nem a assistência é restrita ao horário das visitas - pelo contrário - nem é certo que a sua solicitação possa ser apenas feita pelos pacientes a admissão: pode ser feita a todo o tempo do internamento e por familiares ou amigos, por escrito e com assinatura. Mais: a proposta mantém nos hospitais os capelães católicos com vínculo à função pública até que estes se reformem. Só não lhes permite que tenham acesso aos doentes que não lhes peçam assistência. Afinal, parece que havia uma campanha - e feia e insidiosa - mas jacobina, seja lá isso o que for, de certeza não foi.» (Fernanda Câncio)
domingo, 7 de outubro de 2007
Laicidade e hospitais (7/10/2007)
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