sexta-feira, 20 de julho de 2007

O liberalismo contra a democracia

No Portugal Contemporâneo, o incrível Pedro Arroja:
  • «Se, porventura, me fosse perguntado qual a instituição que nos últimos dois séculos mais danos produziu nos países predominantemente católicos do sul da Europa e nos seus descendentes por toda a América Latina, eu não hesitaria na resposta - a democracia. (...) Na realidade, durante este espaço de 200 anos, os melhores períodos destes países, em termos de prosperidade económica, social e até cultural, não foram conseguidos sob condições democráticas, mas sob a autoridade de um césar. Para mencionar alguns exemplos, Salazar em Portugal, Franco em Espanha, Pinochet no Chile, Peron na Argentina.»

Como é que dizia o Rui A.? Que o Arroja é «o maior defensor da liberdade em Portugal nos últimos 20 anos»? Ah. Se aquilo que os regimes referidos defendiam era a liberdade, então entrámos decididamente no domínio da novilíngua...

6 comentários :

""#$ disse...

O argumento é tão imbecil e tresloucado que se contradiz a si mesmo.
Portanto, conclui-se, por analogia, que nos países do norte da Europa, a democracia lhes provocou tais estragos que ainda estão e conseguem estar piores que os países do Sul da Europa?

Ninguém diria.
Mas concerteza se perguntassem ao senhor Arroja ele diria (como disse) isso.
E diria que o formato da lua é triangular também.
E que um gorila tem 8 pernas e 3 narizes.

É contudo, verdade que o senhor Arroja é o maior defensor da liberdade.
Da dele e dos amigos dele.

Não obstante, numa coisa concordo com ele.
Esta democracia é obviamente má porque permitiu que se produzissem coisas como ele nos últimos 30 anos.

Má para nós todos, boa para ele.

Miguel Madeira disse...

"Portanto, conclui-se, por analogia, que nos países do norte da Europa, a democracia lhes provocou tais estragos que ainda estão e conseguem estar piores que os países do Sul da Europa?"

Penso que a tese de Arroja é de que a democracia é má para os povos católicos.

Igor Caldeira disse...

Ou seja, que os católicos são estúpidos por natureza e só funcionam à base de porrada. De bom grado assinaria por baixo, se não vivesse eu num país maioritariamente católico. Agora, que a maioria dos católicos não deve muito à inteligência, isso, não contesto.

Filipe Brás Almeida disse...

Esta visão, que é infelizmente a predominante, que o Liberalismo é algo para além da democracia, é para mim de uma inexplicabilidade monumental, uma vez que considero a definição contemporânea de democracia ou democracia liberal homogénea e harmoniosa com o liberalismo, e de certa forma duas palavras permutáveis.

A democracia é o poder do povo, e o liberalismo é no contexto democrático, a especificidade e os limites do poder do indivíduo, como unidade numa democracia.

Para além de nos relembrar que o Pedro Arroja ainda existe, a apologia dos Pinochet's e Salazar's vai-se tornando cada vez mais entediante, demais para ser levado a sério. Agora mais ainda uma vez que aparentemente vem acompanhado de um certo tom de menino ranhoso... «Eu quero aquilo!.

Arroja: Go live to china under your beloved authoritarian capitalism, you fucking anti-semitic imbecil and leave the rest of us sane people alone.

""#$ disse...

Miguel madeira: por favor, por favor.
isso implicaria dizer que o homenzinho tema realmente algum programa "político intelectual qualquer coisa" que pareça ser remotamente coerente e lógico.
Coisa que não tem.


O que ele diz é que o que é bom são ditaduras.
E democracias são coisas más porque geram "não prosperidade."

Se a democracia é um sistema uno, então vale o mesmo aplicada à Grâ- Bretanha como vale aplicada a Portugal ou a Guiné equatorial.

O que ele diz é a repetição dos argumentos pós segunda guerra mundial por algumas correntes intelectuais norte americanas, segundo as quais só os países ricos do hemisfério norte seria capazes de viver em democracia.

E por inferência, só os povos desses países é que produzem cidadãos capazes de viver em democracia.
É um argumento de poder e de criação de legitimidade extra de poder, mas também
um argumento intelectualmente estúpido e preconceituoso.

E ele, replica este tipo de argumento, conciscientemente ou inconscientemente.

E é mais grave sendo o tipo de nacionalidade portuguesa- na prática demonstra todo o patriotismo dele ao replicar argumentos gerados pela inteligentsia estrangeira.

Se fosse alguém a replicar argumentos intelectuais provindos da URSS seria um canalha; como o faz replicando a partir do novo farol da terra já está tudo bem.

Eu já fiquei farto do URSS e começo mesmo a estar farto destes.


PARA O FILIPE BRÁS ALMEIDA:
atenção que o argumento em inglês destinado ao arroja não é bom.
Ele já foi trabalhador infantil salvo erro, numa fábrica de calçado.

Portanto ele pode contra argumentar que já trabalhou em condições chinesas de trabalho e gostou - mesmo que não seja verdade que gostou mas ele o diga.

A razão pela qual não gostou e de dus ordens.
Uma biológica: cresceu em tamanho físico, ficando o intelecto ao nível das crianças.
A outra de ordem prática: percebe-se que não gostou que não vive como um comum trabalhador da área de calçado mas sim como gestor de empresas de saude e e pseudo raider do mercado bolsista através da sociedade de corretagem que vende serviços tipo dona branca a pataco, tipo invista cá 5 e nós em meia hora damos-lhe 35,7.

E para a geral:

vocês vão-se passar mesmo muito com a capacidade do arroja escrever merda atrás de merda.
Sugiro leitura do diário de noticias a, penso que desde 86 até 92,salvo erro.

Está lá toda a filosofia arrojeana condensada na sua magnífica estupidez.

Isto agora é só um upgrade estilo windows e um test drive ao mercado para ver se o povinho alienado já está preparado para a vinda do novo Messias do pensamento idiota.

E por Messias refiro-me mesmo ao da Bíblia, não ao vocalista da banda "Doom metal Candlemass", que também se chama Messias.
Mas canta melhor que o Arroja.

João Vasco disse...

Novilíngua?

Isso foi quando ele escreveu que liberdade NÃO era podermos fazer o que queremos (isso é "libertinagem"), mas sim apenas podermos fazer aquilo que é bom para nós.

Ele escreveu isto!

Se formos proibidos de fazer ou dizer aquilo que nos faz mal (na opinião do Arroja), ficamos mais livres.
Assim, não adimira que ele veja no Papa o expoente máximo da Liberdade...