segunda-feira, 30 de abril de 2007

Para compreender a crise turca

O Miguel Duarte publicou no Blogue Liberal Social um excelente artigo que ajuda a compreender o que se joga na Turquia.
  • «Acredito que os momentos que a Turquia está a viver no momento são muito, muito importantes para a evolução da democracia Turca, desde que, o exército não se sinta obrigado a intervir (o que fez até agora foi apenas palavras vagas, que na minha opinião não deveria ter feito, mas que na visão de muitos turcos são mesmo necessárias).


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    O actual governo, apesar de democraticamente eleito teve apenas 34.27% dos votos mas tem quase dois terços dos deputados do parlamento, devido a um sistema eleitoral ridículo que tinha sido criado exactamente para evitar que partidos islâmicos chegassem ao parlamento (todos os partidos com menos de 10% dos votos são excluídos do parlamento).
    Ora esse mesmo partido, quer à força eleger um presidente não laico, quando tal não lhe vai ser possível, devido a não ter negociado com o único outro partido do parlamento que lhe poderia garantir isso, pois precisa de ter quorum nas votações e os seus deputados não chegam para tal (o processo já seguiu para o Tribunal Constitucional), o que conduzirá provavelmente à dissolução do parlamento e a eleições antecipadas (os deputados do outro grande partido recusam-se a estar presentes nas votações). Os relatos que têm chegado a público é que os islamitas têm oferecido dinheiro (sim, dinheiro) para que os deputados da oposição estejam presentes na votação, por forma a que possam eleger um presidente contra a vontade da sua população.
    (...) Mas tudo isto faz parte do jogo democrático e da evolução democrática de um país. País esse que ainda não está preparado para a União Europeia, mas que necessita da União Europeia para continuar a evoluir e estabilizar a sua democracia, tal como Portugal precisou.»

(Ler na íntegra.)

3 comentários :

Anónimo disse...

Gostavam de ter um pais na UE que tem que ser vigiado pelo exercito?

Ricardo Alves disse...

Eu não gosto de ter a Polónia e a Estónia. O «tiago» gosta?

Anónimo disse...

Que saiba nem num nem no outro o exercito é o garante da democracia... para mim basta!