terça-feira, 23 de maio de 2006

O importante é termos muitos filhinhos

Recorrente.

Recorrente esta preocupação com a baixa natalidade.
Muito presente na direita, principalmente na menos liberal. Muito presente entre católicos mais conservadores, assumindo contornos de verdadeira histeria entre os simpatizantes de ideais de extrema direita (PNRs e afins...).

Convém deixar claro algo:

1- A população mundial está a aumetar a um ritmo galopante
A população mundial continua a crescer exponencialmente. Actualmente a esmagadora maioria da humanidade não tem acesso a um estilo de vida confortável, e já assim os danos que fazemos ao nosso planeta têm sido maiores que a capacidade de regeneração deste.
Para quem, como eu, considera desejável que toda a humanidade alcance os níveis de conforto e bem-estar do ocidente, a situação não poderia ser mais dramática: os níveis de consumo de carne, petroleo, e todos os recursos em geral dariam cabo do actual equilíbrio lançando este planeta para um daqueles cataclismos que conhecemos da ficção.
É importante que se encontrem formas de aproveitar melhor os recursos que temos disponíveis, de conseguir manter este nível de vida sem afectar tanto o meio ambiente, etc... Mas se a população continuar a crescer exponencialmente, não há poupança que nos salve. A situação será completamente insustentável.

2- O grau de distribuição da riqueza está relacionado com a abundância de mão-de-obra
As pessoas obtêm dinheiro fundamentalmente de 3 formas: pelo trabalho, pela propriedade e pelo roubo.
Numa sociedade que tem determinados recursos naturais, verfica-se esta tendência: quanto maior for a população, mais valiososa se torna a propriedade (pois para cada pessoa corresponde uma fatia menor dos recursos naturais). Por outro lado, o trabalho torna-se mais abundante. Assim sendo, para os mesmos recursos naturais, quanto maior for a população, menos vale o trabalho face à propriedade. Quanto maior a população, pior distribuídos deverão estar os recursos (visto que a propriedade passa de geração em geração sem depender do mérito individual, e a remuneração do trabalho honesto sempre depende mais do mérito de cada um).
Um exemplo trágico desta situação foi o rescaldo da peste negra, quando, tendo a Europa ocidental perdito cerca de 1/3 da sua população, os senhores feudais perderam muito poder, visto que a posse de terra tornou-se menos valiosa, e o trabalho tornou-se muito melhor pago. Essa forte redistribuição da riqueza pela sociedade europeia foi um dos factores que levou ao renascimento.
A criminalidade, como é natural, está relacionada com a proporção de dinheiro obtido pelo trabalho em comparação com o valor da propriedade. O criminoso sabe que corre um determinado risco para roubar um determinado bem, mas se o trabalho for mais valioso, a alternativa de "trabalhar para o obter" corresponde a menos horas de trabalho.
Assim sendo, uma sociedade com um elevado crescimento populacional, não está apenas a contruir um futuro onde a riqueza tem uma distribuição mais injusta e arbitrária, também está a contruir uma sociedade onde a criminalidade será maior - com todo o desperdício de recursos que isso implica, além do medo e violência que causa.

3- Querer resolver os problemas da segurança social por via da natalidade é querer adiar e agravar o problema
As contribuições para a segurança social de cada indivíduo são atenuadas na proporção do crescimento populacional. Por exemplo: se a população duplicasse em cada geração, cada indivíduo só teria de contribuir com metade do dinheiro que seria necessário para garantir o seu sustento.
Como é óbvio, a população não pode crescer para sempre. Nem que seja 1%.
No dia em que parar de crescer, cada indivíduo terá de pagar inteiramente o seu próprio sustento. O problema terá sido agravado, e só então será resolvido.
Querer pagar a segurança social encorajando o crescimento populacional é querer embarcar num esquema tipo «Dona Branca».

4- Educação e Tecnologia? Poucos Filhos!
Acho a revolução tecnológica fascinante: permite um conforto e uma abundância sem precedentes. Aumenta a produtividade em factores inimagináveis. Como é óbvio, numa sociedade com abundância de mão-de-obra, ela não faz muito sentido - vai causar desenprego, a não ser nos casos em que as pessoas já trabalham por tão pouco, que se torna mais barato usar esse «trabalho escravo» do que investir na máquina em questão. Aí nem vale a pena investir em educação, para formar os engenheiros que concebam as tais máquinas. Os recursos serão mais canalizados para uma polícia musculada capaz de conter a violência.
Numa sociedade em que os pais tenham poucos filhos, a tendência é investirem mais no acompanhamento e educação de cada um destes. Investe-se mais na formação cívica, na formação ética, e a sociedade terá toda a vantagem em investir na educação técnica - visto que o trabalho é precioso, e interessa automatizar os processos não-criativos.

Nota: este artigo foi também publicado no Banqueiro Anarquista.

21 comentários :

João Vasco disse...

A posição do Vaticano face à sexualidade é coerente com a sua histeria pró-natalista. lol

A população de Portugal está a aumentar. Pouco, mas está.

Marco Oliveira disse...

Joao Vasco,
Na nossa sociedade de hoje, as famílias têm poucos filhos. Mas a tendência é os pais terem de trabalhar cada vez mais e acompanharem cada vez menos os filhos. A formação cívica, ética está a cargo da... televisão! Para alguns sortudos está a cargo de uns avós disponíveis e conscienciosos.

Onde estão as promessas de abundância da revolução tecnológica? Foram devoradas pelo sistema de capitalismo financeiro em que infelizmente vivemos. Uma realidade nada fascinante, não é verdade?

João Vasco disse...

"Mas a tendência é os pais terem de trabalhar cada vez mais e acompanharem cada vez menos os filhos"

Eu não neguei isso.

Acho que, a acontecer, isso é sintoma de que estamos a organizar e gerir muito mal os nossos recursos. Porque a tecnologia cria um enorme potencial para o lazer - e realmente durante muito tempo a evolução veio no sentido de proporcionar à sociedade em geral um lazer sem precedentes no passado recente.


Mas nos países ocidentais, parece que estamos a perder o tempo de lazer que conquistámos. As pessoas trabalham cada vez mais e têm menos tempo para disfrutar dos tempos livres, em família ou com os amigos.

Será porque:

a) O petroleo era mais abundante do que hoje, e visto que grande parte daquilo que consumimos deriva do petroleo, e hoje ele é mais escasso, temos de trabalhar mais para manter o bem-estar material a fomos sendo habituados?

b) A mão-de-obra especializada (engenheiros, etc..) era mais escassa a nível mundial, e estava quase toda concentrada no ocidente, sendo que desde que o resto do mundo começou também a investir mais na educação, as sociedades ocidentais ficaram numa posição competitiva mais desvantajosa e têm de trabalhar mais para obter o mesmo bem-estar material

c) a globalização está a concentrar mais a riqueza, o que, empobrecendo a classe média e baixa, faz com que estas tenham de trabalhar mais para manter o bem-estar material a que estavam habituadas

?

Acho que os três factores causam este problema.

Não lamento o factor b), e acho que só mais tecnologia e menos natalidade (no resto do mundo) o pode resolver.

O factor a) só pode ser resolvido com alternativas sérias ao petróleo, e maior eficiência energética.

O factor c) é complicado.. Escrevendo neste blogue podem adivinhar o que penso a esse respeito.

Marco Oliveira disse...

Joao Vasco
Então estamos de acordo!
:-)

Filipe Moura disse...

Bem vindo.

Milo Manara disse...

Não me confundam com a histeria pró-vida, nem com os senhores do vaticano, não poderia estar mais longe dessa gente, mas defender que devemos ter poucos filhos parece-me que é só querer ter uma posição contra corrente.

Acreditam mesmo que temos a ganhar com uma população envelhecida? Não é argumento suficientemente forte por si mesmo (sem falácias teológicas) o normal rejuvenescimento da população? Temos que dividir tudo em direita e esquerda? Ter filhos é de direita???

João Vasco disse...

milo manara:

A população pode estar a diminuir, pode estar estável, ou pode estar a crescer.

O meu artigo vem dizer que a população estar a crescer é MAU. Sim, é um artigo contra-corrente.

Em Portugal a população está a crescer, mas muito pouco. Ainda bem.

Obviamente não há mal nenhum em um casal ter dois (ou mesmo três) filhos, poroporcionar-lhes uma boa ediucação, acompanhar o seu crescimento, etc.. Pessoalmente também pretendo ter filhos.

O que é errado, no nosso contexto, é querer encorajar a natalidade, como se fosse útil que a população portuguesa (ou mundial) estivesse em crescimento, ou porque se quer sustentar a segurança social com um esquema tipo D. Branca - que não se poderá manter assim que a população páre de crescer.

Também acho sinal de um certo egoísmo inter-geracional esse pânico com a diminuição da população (que nem sequer está a acontecer). Sim, haveriam menos jovens para nos sustentar a nós, mas na geração seguinte já haveria menos gente para sustentar.

E menos gente a consumir petroleo, danificar o planeta, etc... E a maior redistribuição devida à escassês de mão-de-obra, etc..


Por fim: isto pode não ser uma opinião de esquerda - os outros que o digam. Mas é a minha, certamente.

Ricardo Alves disse...

A preocupação do João Vasco com a sobrepopulação é compreensível, mas na minha opinião está deslocada.
Num país como Portugal, muito mais culto e rico do que a média mundial, podemos produzir filhos também muito cultos e ricos (e portanto úteis e felizes). É verdade que parte dos problemas do planeta se deve ao crescimento da população. Mas são os países da Ásia do Sul ou do Corno de África que estão a deixar crescer a sua população acima das suas capacidades. É nesses países que faz sentido algum controlo populacional (embora o modo como isso é feito na China, por exemplo, me horrorize).

Milo Manara disse...

De acordo com o problema demográfico grave em África e na Ásia.

Não sei exactamente qual a situação em Portugal, sendo frequente ouvir que a nossa taxa de natalidade é preocupante, por defeito(nem sempre o que se houve frequentemente corresponde à verdade, admito).

Mas parece-me mais ou menos evidente que não temos o problema inverso, ou seja que a natalidade pode perfeitamente ser incentivada (e não penalizada a opção de não ter filhos, como ouvi dizer que o Governo propõe).

Quanto aos problemas ambientais e energéticos, acho que as soluções devem ser encontradas com realismo, consciência cívica e imaginação por quem cá está e pelos nossos descendentes.

Ter um discurso de controlo da natalidade nos países europeus para não piorar a situação do mundo parece-me, confesso, algo ingénuo e imaturo.

João Vasco disse...

Eu não acho que seja preciso controlo da natalidade nos países europeus. Apenas acho que não se justifica incentivá-la. Muito menos prejudicando, em termos comparativos, quem opta por não ter filhos, como é inevitável que aconteça.

Quanto aos problemas ambientais e energéticos, nós estamos a danificar o nosso planeta a um ritmo muito superior à sua capacidade de regeneração. MESMO que a população estagnasse, ainda seriam necessárias "soluções [...] com realismo, consciência cívica e imaginação por quem cá está e pelos nossos descendentes.".
Vou apostar a minha carreira profissional em encontrá-las!

Mas, estando 100% a favor de que sejam encontradas, sei que serão SEMPRE insuficientes, se a população não parar de crescer ao ritmo actual.

João Vasco disse...

Ricardo:

Nesses países é que deve existir mais controlo populacional, é certo. Esses é que estão a crescer mais, também.
Também me horroriza a forma como isso foi levado a cabo na China.

Mas nunca me esquecerei de um debate sobre a globalização promovido pela Gulbenkien em que mais do que um especialista deu como uma das causas da dificuldade do desenvolvimento dos países africanos o poder das Igrejas. Em particular, nas zonas onde a ICAR tem influência, ela mina completamente as iniciativas para promover o planeamento familiar, com as consequências que nos são conhecidas...


Quanto à Europa, só acho é que a natalidade não deve ser incentivada. Não creio que deva ser desincentivada.
(E, repetindo-me, espero ter filhoS, lol)

Milo Manara disse...

Então estamos de acordo, embora por motivos diferentes.

Eu acho que o Estado, em regra, não se deve meter na vida privada das pessoas, pelo que também preferia que se abstivesse de politicas que penalizassem quem, legitimamente, opte por não ter filhos.

Ricardo Alves disse...

João Vasco,
se por «incentivar» te referes a benefícios fiscais para quem tem filhos, eu acho que na Europa isso faz sentido. Na Ásia talvez não faça.
Não concordo é que quem não tem filhos seja penalizado...

João Moutinho disse...

A facilidade com que se brica com coisas sérias...

FMP disse...

Existem muitas falácias neste artigo:

1) É falso que a situação de crescimento populacional seja "insustentável"... o crescimento da população é um fenómeno que tem milhares de anos e ninguém duvida que se viva melhor hoje do que há milhares de anos...A carne também pode ser produzida de forma exponencial, e a energia pode sair duma pequena cápsula de hidrogénio. Tudo cresce de forma exponencial. Basta olhar à sua volta.

2) "quanto maior for a população, mais valiososa se torna a propriedade"
o valor da propriedade varia com a utilidade q se extrai da mesma. Se 10 pessoas tiverem 10 pedaços de terra e passarem a ter apenas 1, isto n significa que o valor da terra por pessoa vá aumentar. Basta que elas aprendam a construir em altura. Vão pagar um preço 10 vezes mais caro pela terra, mas vão divido-lo por 10 pessoas, ou seja, o valor pago pela habitação é o mesmo.

3)"Por outro lado, o trabalho torna-se mais abundante." E a oferta de trabalho, não ?


4)"vai causar desenprego, a não ser nos casos em que as pessoas já trabalham por tão pouco, que se torna mais barato usar esse «trabalho escravo» do que investir na máquina em questão"

já lhe ocorreu que os ganhos de produtividade são re-utilizados noutros investimentos ? que é necessário alguém para produzir as máquinas ?

e por aí fora.... estamos de acordo numa coisa: "Querer pagar a segurança social encorajando o crescimento populacional é querer embarcar num esquema tipo «Dona Branca». " Mas querer pagá-la extorquindo dinheiro aos contribuintes é pior. É embarcar num esquema tipo " Al Capone".

Ricardo Alves disse...

«Tudo cresce de forma exponencial.»

Caro Francisco Pires,
isso é falso.
O espaço disponível para a agricultura não cresce de forma exponencial (aliás, não cresce!).
As reservas de energias fósseis disponíveis não crescem de forma exponencial (aliás, não crescem!).
A produção de carne é função do espaço disponível para criar rações, que é limitado, e por isso não cresce de forma exponencial.
Quanto ao fenómeno do crescimento populacional em si próprio, é óbvio que é insustentável a longo prazo (a menos que colonizemos outros planetas... ;) ). Onde eu difiro do JV (penso eu...) é em não estar convencido de que já tenhamos atingido um máximo de população que possa viver confortavelmente.

João Vasco disse...

Ricardo Alves:

Obrigado por desmontares com clareza e simplicidade as falácias do Francisco Miguel Pires.

Como é óbvio, os recursos naturais não são função da população.
E mesmo a sua velocidade de extracção, assumindo que seriam ilimitados (que manifestamente não são!!) não é proporcional à população: enquanto que os primeiros trabalhadores iriam extraír dos sítios onde se consegue fazê-lo com enorme facilidade (alta produtividade), à medida que a procura fosse aumentando, devido ao aumento de população, cada vez mais os trabalhadores teriam de ir extraindo de sítios onde a extracção seria mais difícil. Assim MESMO os recursos extraídos por trabalhador iriam diminuir com o aumento da população - assumindo que os recursos eram ilimitados - que não são.

Isto, claro, em entrar nas outras questões, da ecologia e afins, nem rebater o exemplo histórico que consistiu o rescaldo da peste negra.

Mas o que me parece mais errado, é mesmo falar nas melhorias de qualidade de vida como se fossem devidas ao aumento de população. Só pode ser piada. A ciência aumentou brutalmente a capacidade de cada agricultor de produzir comida - se a população fosse a mesma do século passado, não existiria fome, de todo. Pelo contrário: os gigantescos aumentos populacionais como que "absorvem" grande parte das melhorias que a ciência trouxe para a nossa qualidade de vida. E nós nem o sentimos tanto porque vivemos num país desenvolvido (sim! Portugal é um país desenvolvido).

João Vasco disse...

Mas discordo quando dizes que ainda estamos longe desse valor Ricardo.

Olha para os danos que a humanidade tem feito ao meio ambiente. Sabes que em democracia, por muito que eu queira fazer mais pelas questões da ecologia e afins, as coisas não andarão muito mais depressa - já há quem diga que o procolo de Quito está morto (e eu tenho muito medo que morra!!) e não falta quem o queira mesmo enterrar - e esse protocolo é um passinho de formiga!!

Imagina que, tal como tu certamente desejas (e eu, também), a maioria da população mundial atinge a qualidade de vida dos europeus. Já imaginaste o dano ambiental que isso representa???
Agora imagina se nessa altura formos o dobro. Este planeta não aguenta.

Não te esqueças que apenas 20% da humanidade tem polído a sério, e mesmo assim o planeta já está a dar sinais de si. E não há eleitorado que escolha sofrer todos os danos económicos de ter uma economia que polua 20% do que esta polui.

Neste momento já existe muita gente, e nósó não notamos porque a maioria das pessoas são muito miseráveis e não tem sequer posses para poluír.

João Vasco disse...

É preciso lembrar que cada caloria de comida ingerida envolve, em média, a queiam de 10 calorias de petroleo. (1 caloria de carne envolve cerca de 23).

Basta não haver escassês de comida e já estamos a poluir "que nem uns porcos".


Espero que se encontrem soluções tecnológicas para lidar com este problema, mas repito: se a população continuar a crescer a este ritmo, não há tecnologia que salve este planeta.

FMP disse...

Caríssimos,

O carvão já foi essencial como hoje é o petróleo e ainda há muito por retirar. Não esgotou. Novas fontes aparecem. E quantas mais pessoas houverem a necessitar delas, mais rapidamente elas aparecerão.

"A ciência aumentou brutalmente a capacidade de cada agricultor de produzir comida - se a população fosse a mesma do século passado, não existiria fome, de todo"

E o que é que sustenta a tese que o mesmo se passará daqui a 100 anos, 200, 300, etc... ? Onde é que está o limite então ?

João Vasco disse...

Francisco Miguel Pires:

Novas fontes apareceram, mas também já apareceram pestes, epidemias, guerras mundiais, etc...

A questão é que o ser humano tem cada vez mais poder sobre o planeta. Se não começar a ponderar a consequências destas acções, e começar a acreditar que no futuro a ciência resolve o problema, então vamos causar-lhe danos irreversíveis.

Sabia que o deserto do Sara foi criado pelo homem? É o que acontece quando não se medem as consequências.

Repare que eu acredito que a Ciência pode ajudar a resolver o problema do petroleo. Tanto acredito que vou apostar a minha carreira nisso - trabalhar para tornar a fusão uma realidade.

Mas achar que as coisas se resolvem por si, sem que a humanidade se tenha de conscencializar ou preocupar é uma irresponsabilidade perante os nossos descendentes.