quarta-feira, 17 de maio de 2006

Alguns textos do fascismo islâmico

Num artigo já antigo, resumi algumas notas biográficas sobre Sayed Qutb, justificadamente considerado, paralelamente a Ala Maududi, o teórico principal do fascismo islâmico. Existe cada vez mais interesse sobre os tempos que passou nos EUA em 1950. Que o homem a quem se atribui a radicalização ideológica da Irmandade Muçulmana (de onde saíram partidos como o Hamas, e que inspira grupos armados como a Al-Qaeda) tenha passado um par de anos numa vilória do Colorado excita a imaginação... O artigo A Lesson in Hate descreve esse período: Qutb não gostava de Jazz, horrorizava-se com as mulheres descascadas que encontrava nas ruas, e queixava-se de não encontrar um barbeiro decente. No seu regresso ao Egipto, aderiu à Irmandade Muçulmana e conspirou contra Nasser, um líder nacionalista e laico. (Fico à espera que alguém faça um filme sobre a estada nas rockies do antepassado ideológico de Bin Laden...)

O fundador da Irmandade Muçulmana, em 1928, fora um admirador de Mussolini chamado Hasan Al-Bana. Escreveu um livro, que se pode ler na internete, chamado Jihad. É interessante, porque defende explicitamente que a Jihad não é o esforço interior para se ser melhor (como nos dizem os muçulmanos pacifícos que fazem outras leituras do Corão), mas sim o sacrifício da própria vida na guerra pela implementação da mensagem de Alá. E explica tudo isto com passagens do Corão...
  • The Muslim world today is faced with tyranny and injustice. Indeed oppression and hardship is not just limited to the Muslim world, rather many non-Muslim states are subject to oppression at the hands of the world’s leading military and economic powers. Anyone who cares can only be saddened and hurt by the pain and suffering that accompanies so many faces. Islam has allowed jihad as a means to prevent oppression, yet the Muslims have forgotten this for too long.

    Though jihad may be a part of the answer to the problems of the ummah, it is an extremely important part. Jihad is to offer ourselves to Allah for His Cause. Indeed, every person should according to Islam prepare himself/herself for jihad and every person should eagerly and patiently wait for the day when Allah will call them to show their willingness to sacrifice their lives. We should all ask ourselves if there is a quicker way to heaven? It is with this in mind that this booklet is being published.

  • Many Muslims today mistakenly believe that fighting the enemy is jihad asghar (a lesser jihad) and that fighting one's ego is jihad akbar (a greater jihad). The following narration [athar] is quoted as proof: (...) Let it be known that this narration simply emphasises the importance of struggling against one's ego so that Allah will be the sole purpose of everyone of our actions.

A quem se interessar por estes assuntos, recomendo também os textos de Sayed Qutb que se encontram por aí: Milestones, In the Shade of the Quran, The right to judge. Boas leituras!

1 comentário :

Anónimo disse...

As religiões monoteístas estão, no seu pendor totalitário, inclinadas a identificar-se com o fascismo.

Curiosamente parecem passar incólumes do apoio que têm dado a governos repressivos e criminosos.