A Arábia Saudita começou o ano executando quarenta e sete pessoas num único dia. As primeiras notícias eram dadas assim, sublinhando o número de assassinados (http://www.publico.pt/mundo/noticia/arabia-saudita-executa-47-pessoas-condenadas-por-terrorismo-1718957). Passadas horas, o destaque era dado a um dos executados, um clérigo xiíta, por ter liderado protestos contra a monarquia saudita. Há boas razões: na guerra quente entre Arábia Saudita e Irão que assola a região, por interpostos actores (no Iraque, Síria ou Iémene), não é despiciendo que tenha sido executado o líder da oposição interna xiíta. Qualquer protesto pode ser considerado alinhamento com o Irão. Por outro lado, a maioria dos executados eram membros da Al-Qaeda. O jogo é muito complexo, mas há pontos incontroversos.
Primeiro: a Arábia Saudita há muitos anos que é um dos Estados do mundo que mais pessoas executa per capita, só comparável ao Iraque, ao Irão e à China.
Segundo: estas execuções são islamicamente correctas. O ministro do Interior anunciou-as citando versos do Corão. E o Grande Mufti saudita seguiu-se na televisão dizendo que são «justas». Se fosse o «Estado Islâmico», o coro habitual diria que isto nada tem a ver com o Islão. Sendo a Arábia Saudita, não há descaramento suficiente.
Terceiro: a Arábia Saudita é o Estado mais problemático do nosso século. Exporta terrorismo (Al-Qaeda, Estado Islâmico), fomenta guerras regionais (Iraque, Síria, Iémene), oprime ferozmente a quase totalidade da sua população (mulheres, xiítas, irreligiosos, sunitas moderados). A Arábia Saudita tem que ser isolada diplomática, política e economicamente, e sujeita a sanções até mudar como se fez com a África do Sul.
Primeiro: a Arábia Saudita há muitos anos que é um dos Estados do mundo que mais pessoas executa per capita, só comparável ao Iraque, ao Irão e à China.
Segundo: estas execuções são islamicamente correctas. O ministro do Interior anunciou-as citando versos do Corão. E o Grande Mufti saudita seguiu-se na televisão dizendo que são «justas». Se fosse o «Estado Islâmico», o coro habitual diria que isto nada tem a ver com o Islão. Sendo a Arábia Saudita, não há descaramento suficiente.
Terceiro: a Arábia Saudita é o Estado mais problemático do nosso século. Exporta terrorismo (Al-Qaeda, Estado Islâmico), fomenta guerras regionais (Iraque, Síria, Iémene), oprime ferozmente a quase totalidade da sua população (mulheres, xiítas, irreligiosos, sunitas moderados). A Arábia Saudita tem que ser isolada diplomática, política e economicamente, e sujeita a sanções até mudar como se fez com a África do Sul.
1 comentário :
Ò autor do post, as execuções não são islamicamente corretas. Nem islamicamente nem coisa nenhuma. Não depende de um coro de aprovação ou de condenação uma ação ser correta ou incorreta. Os media noticiam o que lhes apetece e arranjam coros onde querem. Eu pertenço ao coro habitual dos que condenam a pena de morte seja ela perpetrada por quem for e a quem for.
Estas execuções não podem ser consideradas islamicamente corretas porque no mundo islâmico não houve consenso quanto à sua justeza e isso é bem notório.
Por fim, a solução final para a Arábia Saudita só pode ser acelerarmos a nossa transição para uma sociedade e economia livre do petróleo. Até lá vamos sujeitar-nos todos a engolir sapos para continuarmos a ser parceiros comerciais e bebermos do ouro negro. Quem compra petróleo está a financiar o regime Saudita e tudo o que ele por sua vez faz e financia.
Quem és tu para impor os teus valores a quem compras petróleo? Hipócrita! Se não gostas do vendedor, não lhe compres nada.
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