«Um(a) político(a) avalia-se sobretudo como lida com a ideossincracia do seu povo e das duas uma: ou puxa pela sua modernidade e cosmopolitismo ou esgravata nos preconceitos provincianos, serôdios e enterrados. MFL recorreu ao impensável porque grotesco e estúpido, demonstrando nada a tolher no ódio aos adversários políticos.» (Água Lisa)
- «De acordo com a Comissão encarregada de estudar a sustentabilidade do SNS nomeada pelos ministros das Finanças e da Saúde do governo de Sócrates, os 10% mais ricos da população recuperam 27% das suas despesas com saúde, enquanto os 10% mais pobres recuperam apenas 6% das suas despesas com a saúde. A injustiça é muito grande, ficando claro que classes sociais são mais beneficiados.
A esmagadora maioria dos reformados que têm rendimentos extremamente baixos (mais de 80% recebem pensões inferiores ao salário mínimo nacional), não têm possibilidade de descontar as despesas que têm com a saúde, apesar de serem importantes para eles, pois não têm imposto para deduzir porque, como o seu rendimento é extremamente baixo, ou não pagam imposto ou o imposto pago é insuficiente para deduzir aquela despesa. É evidente que quanto mais rico se for mais se é beneficiado com o actual sistema português de dedução das despesas com saúde.» (resistir.info)
Sobre uma guerra extremamente perigosa
Há 7 horas
3 comentários :
como já referi noutro post, ou nos comentários a outro post, a minha opinião (não muito vincada) é diferente consoante quais os benefícios fiscais que estamos exactamente a falar (PPRs ou educação e saúde). em qualquer caso é de assinalar que já existe resposta ao texto do ponto 2. aqui:
http://simplex.blogs.sapo.pt/277139.html
assim de repente, parece-me que os 6% recuperados pelos 10% mais pobres não são de menosprezar e, imagino, podem até ter mais importância para esses mesmos, que os tais 27% dos 10% mais ricos. nesse sentido, parece-me que nem o sistema está perfeito como está (existe margem de manobra para assegurar que os 6% dos 10% mais pobres possam ser bastante superiores, eventualmente à custa dos tais outros 27% dos 10% mais ricos), nem a proposta do bloco faz sentido --- como já referi, é precisamente para as camadas mais desfavorecidas que faz maior diferença poder recuperar algum dinheiro!
se dou razão ao bloco nos PPR's, não me parece que possa dar qualquer razão no que diz respeito às despesas em saúde e educação, pelo menos não no actual cenário.
o carlos santos deve estar de férias, pois continua a produzir textos a um ritmo acelerado:
http://simplex.blogs.sapo.pt/277658.html
volto a colocar-me na posição que, pragmáticamente, a questão é mais complexa do que parece, e que a proposta do bloco parece ter sido feita um pouco em cima do joelho...
Não me parece que o Carlos Santos ou o PS tenham razão neste ponto das deduções fiscais.
Parece que foi um trunfo altamente eficaz sobre o BE, mas isso parece-me bastante irónico...
A crítica mais forte e justa que poderia ser feita ao programa do BE é precisamente a de ocultar custos das suas propostas, que custariam votos. Diz-se que se vai gastar muito mais no SNS ou na educação ou noutros ministérios, sem se revelar quantos postos de trabalho seriam destruídos pela carga fiscal adicional necessária para pagar esses custos, ou pela desconfiança dos mercados face a um programa extenso de nacionalizações.
Nisto tudo, quando eles colocam no programa uma medida justa e responsável mas difícil de digerir em termos eleitorais, é precisamente por esta que são atacados. Se o ataque for eficaz, os partidos vão novamente aprender a lição errada.
Os eleitores queixam-se de que os políticos não são honestos nos seus programas, mas é precisamente o seu comportamento eleitoral (penalizar quando se prometem medidas difíceis mas realistas) que leva a isto.
Enviar um comentário