quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Bom senso

Eu li a história do Nouvel Observateur sobre a miúda a quem negaram a netrada num banco por usar um véu e lembrei-me das fotografias da minha mãe nos anos 50, a passear com óculos escuros e um lenço na cabeça, parecidíssimo com o lenço destas miúdas. Por todo o lado as mulheres usavam lenços na cabeça. Nos anos 60 as mulheres usavam lenços na cabeça para irem à missa.

O pessoal está a exagerar. Um amigo meu do IST mandou-me à poucos dias um vídeo neo-nazi com estatísticas sobre demografia, basicamente uma lamúria sobre a falta de vigôr sexual dos "europeus". A julgar pelas estatísticas do vídeo, os muçulmanos passam o dia a olhar para o relógio, a contar os minutos até poderem ir para casa engravidar as mulheres, enquanto os cristãos se metem a ver a TVI e os programas 'desportivos' (que são só e sempre sobre 'a bola').

Concordo que os burkinis sejam proibidos nas piscinas públicas, por razões de higiéne elementar. E concordo que ninguém deva ter o direito de tirar uma fotografia para o passaporte com a burca em cima. Mas esta guerra à moda islâmica parece-me uma coisa absolutamente fascista, como quando havia fiscais nas praias portuguesas, com uma bitola na mão, a medirem o comprimento da perna dos fatos de banho dos homens.

1 comentário :

Ricardo Alves disse...

Filipe,
os lenços muçulmanos nem são uma simples «moda», nem são escolhidos livremente pelas mulheres. São uma imposição dos homens muçulmanos, por razões político-ideológicas. A diferença é essa.