quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Commanding Heights

Resolvi rever esta série televisiva que em 2002 fez a apologia da desiguladade e da desregulamentação: o primeiro episódio é um monumento extraordinário à desonestidade intelectual. As omissões, a escolha do vocabulário e dos adjectivos, a escolha dos acontecimentos relatados, as entrevistas, os pontos de vista escolhidos, são de uma parcialidade que me deixou - ao contrário da minha primeira impressão - com a ideia de que a escola de Chicago era um coito de tontos, alienados e fanáticos de uma religião que não precisa da realidade para reforçar os seus axiomas de fé. Achei as afirmações de Hayek próprias de um... ideólogo alemão dos anos 30! Mas Milton Friedman, o mentor e admirador incondicional de Pinochet, falava de liberdade e de democracia com a convicção pura de um trotskista.

Fiquei com a idea de que estes neo-liberais são uma mistura de tontos, iluminados por uma fé, e sociopatas inteligentíssimos e corruptos, que se aproveitaram desta ideologia para se apropriarem da terra, do ar, da água e da vida dos cidadãos da Europa ocidental.

Rever este documetário foi uma descida ao inferno interessantíssima. Já me tinha esquecido daquele homenzinho horrível que é Newt Gingrich e do ódio perverso que demonstra consistentemente pelo mundo, tipo Ricardo III. Como tantos outros fanáticos de direita (como Karl Rove, por exemplo), é um caso típico do desgraçado, superiormente inteligente e trabalhador incansável, que as miúdas no liceu desprezavam e a quem os jogadores da equipa de futebol roubavam o almoço.

A 'Thatcher Thatcher Milk Snatcher' é outro exemplo perfeito desta mistura perigosa de inteligência e ódio à espécie humana.

Sem comentários :