segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O padrão salta à vista

Jerónimo ataca Sócrates; Louçã ataca o PS; Sócrates ataca BE e PSD; Ferreira Leite ataca Sócrates; Portas ataca o BE.

Um dos lados da divisória esquerda/direita está a fazer uma distribuição do trabalho que, a prazo, só pode ser mais eficaz.

Apontamento para reflexão dos PS´s: atacar o BE é atacar a credibilidade de um acordo pós-eleitoral PS-BE (o PS não terá maioria absoluta).

Apontamento para reflexão dos BE´s e CDU´s: atacar o PS é assustar o eleitorado que não vota à esquerda do PS mas aceitaria um governo de frente de esquerda.

Afinal, quem é o inimigo principal?

10 comentários :

Anónimo disse...

*O PS não se coligará com o BE, nem que fosse o último partido disponível.

João Branco (JORB) disse...

O alvo, partido principal a derrubar, é o PS. O PSD de Ferreira Leite não terá condições contra uma maioria de esquerda (BE+CDU+PS) para implementar um programa de direita.

E o PS aprenderá uma valiosa lição de humildade e refreamento de sobranceria.

Mais, aprenderá que não basta governar à direita (aumentando as desigualdades e poupando nos serviços de apoio social) , depois dizer que por ter concessionado obras à sua mota engil, produção à jpsácouto e crédito a vários bancos é um governo "estatista", logo, "anti-neo-liberal", logo, de esquerda.

Em última análise espero que derrubar o PS signifique desmanchar um pouco mais toda a confusão entre estatismo/keynesianismo e esquerda.

Esquerda, que eu saiba, tem que ver com criar igualdade, distribuição da riqueza, tendo pouco que ver com mais ou menos estado na economia.

O PS aprenderá que governar tecnocrata e arrogantemente contra a vontade do povo, piorando as suas condições de vida custar-lhe-á as eleições, mesmo que a umas semanas delas se travista de progressivo e "de esquerda".

O voto útil da esquerda é, portanto, no PSD.

JDC disse...

"Esquerda, que eu saiba, tem que ver com criar igualdade, distribuição da riqueza, tendo pouco que ver com mais ou menos estado na economia."

Completamente errado. É precisamente através de um maior controlo da economia que a esquerda pretende criar igualdade e distribuição da riqueza ao passo que a direita afirma que o estado é sempre mais ineficiente face à iniciativa privada e que, por isso, o estado deve ser mínimo por forma a maximizar a riqueza criada.
Claro que ainda há as questões sociais mas aí os extremos (pensando nos liberais e não nos conservadores) quase que se tocam...

Jorge Santos disse...

Para mim o inimigo principal do BE e PCP deve ser tanto o PS quanto o PSD.
Porque no essencial são iguais.
A F. Leite não quer privatizar tudo como diz o PS. Sim, ela é consideravelmente mais liberal no que toca a privatizações, mas não é motivo para grandes preocupações uma vez que ela, o caso de ser eleita (que continuo a achar que não vai ser) não terá por certo maioria absoluta para aprovar muitos disparates que ela quer aprovar, terá oposição do PS, BE e PCP, que juntos vencem de longe.
Quanto a coligações, a única que podem haver será a de sempre, a PSD/CDS caso M. F. Leite vença.

no name disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
no name disse...

"...aumentando as desigualdades e poupando nos serviços de apoio social..."

falso. sugiro que veja o ponto (4) aqui:

http://esquerda-republicana.blogspot.com/2009/08/3-um-voto-pensar-no-futuro.html

não deixa de ser curioso que estando tão preocupado com a desigualdade defenda o voto em quem mais a cria... isto sem falar que se esqueceu que, antes de poder distribuir riqueza, há que a criar. recomendo-lhe que tenha mais atenção às taxas de crescimento económico (e isto sem entrar na discussão da transformação do paradigma da indústria nacional... imagino que prefira um país sub-qualificado com mão-de-obra barata, a um que exporta pás de moínhos para éolicas?)

"...O alvo, partido principal a derrubar, é o PS..."

esta atitude de facto, levou a muito... para aquecer:

http://esquerda-republicana.blogspot.com/2009/09/porventura-principal-cr-ao-bloco-e-ao.html

se o seu objectivo é ver louçã eleito primeiro-ministro, deve ter bebido uns copos a mais. o bloco está no topo da sua capacidade de crescimento. quando a esquerda "radical" prefere votar à direita eu diria que muito mal anda o mundo... não está excluido um cenário em que PSD+CDS possam governar em maioria. ultrapassa-me que haja gente na esquerda que veja esse cenário com bons olhos. na realidade, sugere-me que ponha aspas na expressão anterior...

"...no essencial são iguais..."

recomendo uma leitura dos programas e das propostas de ambos os partidos. vai ter uma surpresa.

imagino que, para si, deixar dívidas no citibank e dois submarinos por pagar é, no "essencial", o mesmo que deixar campos solares e éolicos, ou um país a gastar 1.2% do PIB em C&T.

como tenho referido em diversos comentários, estas eleições estão a mostrar-se muito pedagógicas. especialmente sobre os verdadeiros desejos de bloquistas e afins: "...O voto útil da esquerda é, portanto, no PSD..."

Ricardo Alves disse...

A intervenção do João Branco é uma tentativa de lançar a confusão.

Ricardo Alves disse...

«Space aye»,
não há efectivamente diferenças nenhumas entre PS e PSD?

João Vasco disse...

João Branco:

Se o voto útil da esquerda é no PSD, diga aos seus amigos da direita que o voto útil da direita é no PS.

Ele há cada uma...

Filipe Moura disse...

O meu querido João Branco é maluco... mas eu gosto dele à mesma.

"O PS aprenderá que governar tecnocrata e arrogantemente contra a vontade do povo,"

O PS governou contra a vontade de "sectores", que não são "o povo".

"piorando as suas condições de vida"

Isto é objectivamente FALSO, João.

"custar-lhe-á as eleições"

Vamos ver.

Ficas tão bem no "Cinco Dias"...