Acho que não vale a pena discutir com eles porque os nossos pressupostos e as nossas prioridades são diferentes.
Como acho que não vale a pena discutir com os jeovás. Para os neo-cons a solidariedade social é uma ideia que contraria uma ganância primária e infantil, um bocado disparatada, baseada numa visão do mundo paroquial e de curto prazo.
A esquerda tenta argumentar com eles, mas a realidade dos últimos 30 anos demonstra que os neo-cons não são intelectuais. São uma seita, como os PCs, ou os jeovás, ou os creacionistas.
Nós andamos para aí a defender uma visão do mundo com uma classe média forte e informada, com democracia, com teatros, óperas, museus e livrarias, cidades planeadas, um sistema de segurança social que assegure condições mínimas de dignidade para os fracos, os lentos, as crianças, os doentes e os velhos, e eles passam os dias a ver revistas de automóveis e a sonhar com um ferrari.
Que se lixem o ambiente e os pobres, se eles puderem ir a uma festa ostentar o relógio novo.
Quando vivia em Portugal via-os no S. Carlos, chateados de morte, com brilhantina e um caracol modernaço por cima do colarinho branco da camisa às riscas, a olharem para o relógo como se o tempo tivesse parado, com umas mulheres horríveis, cheias de pulseiras, mascaradas de adolescentes, as saias curtas demais, sempre a mexerem no cabelo e a olharem para o relógio de marca...
As nossas realidades não se tocam.
2 comentários :
Concordo inteiramente.
Quem escreveu isto fui eu; mas vc. fê-lo primeiro do que eu. Este post é a minha cara, extraordinário, os meus parabéns.
Enviar um comentário