segunda-feira, 26 de maio de 2008

Da bosta às multas

  • «Os factos ocorreram em 8 de Outubro de 2002 quando a estudante foi levada juntamente com os colegas do primeiro ano para a quinta do Bonito, propriedade da escola, com o objectivo de apanharem nozes. A dada altura a queixosa atendeu o telemóvel o que tinha sido proibido pelos veteranos. E em consequência disso os arguidos combinaram aplicar-lhe um castigo pedindo a dois caloiros que besuntassem Ana Santos com bosta de porco. No mesmo dia na escola agrária o sétimo arguido ordenou que a caloira fizesse o pino e mergulhasse a cabeça dentro de um penico cheio com excrementos de vaca. (...) A pena mais elevada foi aplicada a Rui Coutinho, condenado em 1.600 euros de multa. A Lisbete Pereira foi aplicada a multa de 1.120 euros e José Vaz e Tiago Vieira e Sandra Silva foram condenados cada um ao pagamento de uma multa de 800 euros. Armando Simões tem que pagar 640 euros. Todos praticaram em co-autoria, segundo o tribunal, um crime de ofensas à integridade física qualificada. Tiago Figueiredo que não assistiu à leitura da sentença por razões de saúde foi condenado pelo crime de coacção na pena de multa de 1.400 euros.» (O Mirante)
Posso não ser advogado, mas a minha modesta opinião é que enquanto as praxes violentas não forem castigadas com penas de prisão, mesmo que suspensas, a barbárie continuará. E seria também útil, evidentemente, que as universidades impedissem estas práticas no seu espaço.

6 comentários :

Anónimo disse...

Caro Ricardo: não podem impedir.

A ideia de praxe é um argumento de venda do produto "curso universitário".


Além disso os professores universitários precisam da existência de praxes para melhor humilharem os alunos- a existência de praxe ajuda a aplainar caminho ainda antes de se chegar à aulas.

É como a violência psicológica nas escolas e o reconhecimento da mesma à par da violência física: não é reconhecida como tal, e especialmente ao nível da esquerda.

As praxes são apenas mais um elemento do sistema.

Anónimo disse...

as praxes são elemento de excepção do sistema. que é democrático e de direito.

Ricardo Alves disse...

«Dissidentex»,
tenha lá paciência mas os professores universitários não têm necessidade da praxe para nada. As praxes são violência de grupo entre alunos, e têm a ver com a mentalidade destes. Pode é acusar os professores de nada fazerem para obstar às praxes...

Se Moncho disse...

As praxes não ajudam o mais mínimo aos professores, e precisam tanto delas como dum murro nos focinhos.

Não sempre é fácil interromper uma tradição brutal, seja ela as touradas ou as praxes, mas é possível.

Na minha opinião a universidade que permita as praxes deveria ser obrigada a pagar uma coima. Quanto aos autores materiais, mas que enviá-los à cadeia eu faria-os provar da sua própria medicina, ou seja de merda suína e vacum.

Ricardo Alves disse...

«a universidade que permita as praxes deveria ser obrigada a pagar uma coima»

Ora aí está uma excelente ideia.

Anónimo disse...

Ricardo Alves

"...os professores universitários não têm necessidade da praxe para nada."

Acrescento: ALGUNS professores universitários não tem necessidade da praxe para nada.

Outros tem.