- «"A experiência de a nossa pátria nos ter sido tirada, na realidade roubada, pela ideia de um projecto sionista, e ainda mais grave, de nos dizerem que esta nem sequer é a nossa terra, é uma das mais duras experiências humanas", acentua o palestiniano de cidadania israelita (...) "Quando os palestinianos vêem que os refugiados vivem em condições miseráveis no Líbano e na Jordânia, e em Gaza e na Cisjordânia, e não podem regressar às suas terras e propriedades e que, ao mesmo tempo, qualquer judeu em qualquer parte do mundo que deseje viver no lugar deles pode fazê-lo, é muito difícil de evitar um profundo sentimento de injustiça e o desejo de o rectificar." (...) "Um Estado palestiniano na Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e em Gaza, embora uma solução imperfeita, vinha a ser defendido pelos palestinianos desde meados dos 1970. Mas essa solução tornou-se quase impossível: Israel não pode e não vai desmantelar os seus gigantescos colonatos na Cisjordânia, não vai retirar-se da maioria de Jerusalém Leste ocupada, não permitirá que os refugiados regressem e não irá conceder igualdade aos seus cidadãos palestinianos". Sendo assim, prossegue, "a solução de dois estados, tal como é concebida por Israel, só irá perpetuar o conflito, porque não soluciona nenhuma das grandes questões: colonatos, refugiados, Jerusalém e fronteiras. Uma paz verdadeira vai precisar que Israel enfrente a sua história de despojamento dos palestinianos, de se ter apoderado da terra e de os ter expulsado, dos crimes da ocupação, etc. Isso também vai exigir o regresso a um Estado baseado na igualdade entre israelitas e palestinianos. Isso parece possível só com a solução de um Estado único - não será fácil de conseguir e vai ser necessário mudar os parâmetros do conflito".» (Público)
A solução de longo prazo para o conflito israelo-palestiniano continua a ser a mesma de sempre: uma democracia laica. Ou seja, um Estado para todos os cidadãos e não um Estado para um grupo étnico-religioso. A Israel actual é um anacronismo, uma anomalia que nunca poderia pertencer à União Europeia e que está em contra-corrente face aos conceitos modernos de cidadania democrática. Até quando?
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