sexta-feira, 9 de maio de 2008

Israel

Há quinze dias, mais ou menos, escrevi isto no meu blog: "Os palestinianos são hoje o que foram os índios americanos na segunda metade do século XIX: uns infelizes sem poder negocial que vão sendo empurrados para os terrenos que ninguém quer. Cada vez que se revoltam contra as injustiças que sofrem são acusados de serem violentos e incivilizados.

Como se depois de viverem em guetos e campos de refugiados há mais meio século, humilhados, desumanizados e impotentes, desprezados pelos árabes e abusados e roubados pela oligarquia corrupta e violenta que sucedeu ao multimilionário Arafat, um criminoso calculista e frio que os representou durante quase 50 anos, fosse possível pedir-lhes que se portassem como gentlemen dum filme inglês."

Sessenta anos depois, a extrema direita religiosa está no poder e não quer compromissos com árabes, nem com niguém. A política extremista de ocupação e perseguição dos árabes - os habitantes de Israel - é horrível, desumana e inacreditavelmente racista.

Se há no planeta um argumento indisputável contra a religião, esse argumento é o estado religioso de Israel, onde os preceitos bíblicos impõem a lógica da vingança, da violência e do medo supersticioso dos outros.

O único fim possível para um país cujos políticos acreditam na máxima "olho por olho, dente por dente" é que os seus cidadãos sejam todos cegos e desdentados.

Enquanto as tropas humilham, insultam e matam os palestinianos, a Europa fecha os olhos, a Inglaterra e os EUA apoiam as brutalidades com entusiasmo, e as oligarquias árabes, mas ricas do que nunca com o barril a 120 dólares, estão-se completamente nas tintas. Como se os palestinianos não fossem seres humanos.

2 comentários :

dorean paxorales disse...

Filipe,

O que escreve não se limita às 'oligarquias'; todos os países árabes estão-se nas tintas para os direitos dos palestinianos (também eles árabes, por sinal). O assunto é demasiado complicado para ser exposto em comentário, por isso deixo-lhe um exemplo da excelência de tratamento recebido pelos seus mártires em casa própria: a Jordânia (a qual não pode ser chamada propriamente de oligarquia).

Filipe Castro disse...

verdade.