segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Conferência de dia 29

Finalmente, a versão integral da conferência que Francisco Carromeu proferiu na Biblioteca Museu República e Resistência, no dia 29 de Janeiro, e que cobre o período histórico de 1906 a 1910, tratando em particular o escândalo dos adiantamentos, a supressão das garantias constitucionais, as personalidades de Buíça e Costa, o crescimento da Carbonária, e o bloqueio institucional terminal a que a monarquia chegara. (Há habitantes das caixas de comentários deste blogue que necessitam desesperadamente desta leitura.)

12 comentários :

Anónimo disse...

Ricardo Alves,

Sendo eu uma das pessoas que necessita desesperadamente da leitura da conferência de Francisco Carromeu assim o fiz seguindo o seu avisado conselho...
Contudo fiquei um pouco surpreendido quando Francisco Carromeu, logo na primeira página, diz que quando pela primeira vez o PRP assumiu a direcção política de um movimento revolucionário, primeiro para o dia 17 de Jan de 1908, data que acabaria por ser empurrada para dia 28 do mesmo mês (...)"o Parlamento estava encerrado e por ordem do monarca desde Abril último, sem que tivessem sido marcadas novas eleições (...)". Na verdade, quando o PRP assumiu a direcção política de um movimento revolucionário para depor a monarquia (a 28/01/1908) fazia-o 35dias depois de terem sido convocadas, a 24 de Dezembro de 1907, eleições para o dia 5 de Abril de 1908... Pelos vistos não sou só eu que necessito desesperadamente de certas leituras...

Ricardo Alves disse...

Não pegue por aí: os preparativos para o 28 de Janeiro começaram em Julho.

Se quer erros históricos, veja a peça de propaganda monárquica que o canal de televisão do Estado passou há poucas horas, onde se viu «Afonso Costa» a oscular o revólver de um dos regicidas (!!!!). ;);)

Anónimo disse...

Ok..Sendo assim os republicanos apos um mes e meio de ditadura decidiram passar a via revolucionaria...De qualquer das formas Francisco Carromeu come�ou mal a sua confer�ncia nestas coisas devemos procurar ser rigorosos. A ideia que Carromeu d� no primeiro paragrafo do seu texto n�o � l� muito rigorosa em v�rios aspectos...
Realmente essa do Afonso Costa beijar um dos revolveres dos regicidas � apropriada para o dia de hoje! O Carnaval tamb�m chega � TV!!

dorean paxorales disse...

Não acredito que o dr.costa beijasse um revólver: um médico jura Hipócrates, obriga-se a defender a vida. Ou terá sido uma jura hipócrita?

Altamente deseperado por apologias de assassinos,
DP

Ricardo Alves disse...

«m. mortner»,
há mais de quinze anos que as cortes não eram suspensas. Dê-lhe a volta que der, a ditadura de Franco era uma anormalidade.

«Dorean»,
o Afonso Costa não era médico. Era advogado.

dorean paxorales disse...

Então está explicado.

Anónimo disse...

Ricardo Alves,

Em primeiro lugar já pode retirar as suas superiores aspas do meu pseudónimo porque já sabe o meu nome, por isso trate-me como quiser mas sem aspas (continuo à espera da sua resposta à pergunta que lhe fiz seu outro post, quanto à importância de um nome "verdadeiro" para esta troca de ideias).

É um facto que as cortes já não eram suspensas há algum tempo. Mas também é um facto que quando Buiça (que é um homem com uma história pessoal que explica certos ódios) matou D. Carlos as eleições estavam marcadas para o dia 5 de Abril. Também é um facto que não deve ser ignorado, mas que o senhor parece ter pudor em referir, que na Primeira República existiu um período de ditadura...
Cada vez mais me convenço que não sou eu que necessito desesperadamente de umas leituras. O sr. aconselha-me a ler um texto que começa logo com um erro e depois responde-me a alhos com bugalhos.

Lembre-se que eu comecei por dizer que Buiça e Alfredo Costa mataram pela República e não pelo fim da ditadura, que tinha acabado com a convocação de eleições gerais para o dia 5 de Abril.
Diga o que disser, quando mataram D. Carlos estavam convocadas eleições.

Ricardo Alves disse...

«max mortner»,
houve dois períodos de ditadura durante a 1ª República: Pimenta de Castro e Sidónio Pais. Em ambos os casos, trata-se do «pessoal» que não queria a República. Há quem tente destruir os regimes por dentro, sabe? E no caso da 1ª República, acabaram por destruir mesmo o regime.

(E não há esse erro que referiu no texto do Carromeu, já lhe expliquei isso mais acima.)

As eleições com João Franco seriam coisa muito especial. Bastava olhar para a quantidade de pessoas que estavam presas: havia dois partidos com os corpos directivos na prisão. Não é por acaso que os partidos rotativos discutiam abertamente a abdicação do rei. A verdade é que ninguém acreditava nas «eleições» de João Franco.

Ricardo Alves disse...

Quanto à questão do anonimato/pseudónimo: o diálogo entre um anónimo e uma pessoa com nome verídico é uma relação de desigualdade. O «max mortner» sabe quem eu sou, pode descobrir mais facilmente, e eu não sei nada sobre o «max mortner», nem posso saber. Mais: se um dia destes, por um acaso da vida, formos apresentados, o «max mortner» sabe imediatamente uma série de opiniões da pessoa que tem à frente. E eu nem saberei quem tenho à frente, porque nem sei o seu nome.

Anónimo disse...

Ricardo Alves,

Quando falava da ditarura da 1º República não era disso que estava a falar mas não interessa porque não vale a pena falar consigo sobre este assunto...Aliás basta ver a sua posição quanto ao erro de Francisco Carromeu. Aqui temos duas hipoteses: ou o Ricardo está errado porque disse "os preparativos para o 28 de Janeiro começaram em Julho" ou o F. Carromeu não começa bem a sua conferência porque disse que "
A primeira vez que o directório do Partido Repúblicano Português assumiu a direcção política de um movimento revolucionário para depor a monarquia fê-lo marcando-o, primeiro para o dia 17 de Janeiro de 1908 data que acabaria por ser empurrada para 28 do mesmo mês".

E era disto que eu estava a falar. Recordo-lhe mais uma vez que esta troca de pontos de vista iniciou-se por eu ter dito que quando foi o atentado de 1 de Janeiro de 1908, o país já não estava em ditadura pois estavam eleições marcadas.

Quanto a isto não tenho mais nada a dizer.

Quanto ao meu nome, como já referi no outro post, não tenho problemas em dizê-lo: Francisco Pinto dos Santos Brito. Contudo discordo do seu ponto de vista porque ninguem me garante (embora eu até acredite) que o sr. se chama Ricardo Alves...

Ricardo Alves disse...

«ninguem me garante (embora eu até acredite) que o sr. se chama Ricardo Alves»

Garanto-lhe eu.

Quanto à frase do Carromeu, via desculpar-me, mas ou está a gozar, ou então está a precisar de lições de português.

Anónimo disse...

Ricardo Alves,

Qualquer coisa que eu lhe diga que não vá de encontro ás suas convicções pessoais (independentemente da fundamentação histórica das mesmas), leva-o a aconselhar-me leituras, lições de português, etc.

Quanto à frase de F. Carromeu o que eu entendi foi que a primeira vez que o directório do Partido Repúblicano Português assumiu a direcção política de um movimento revolucionário para depor a monarquia fê-lo marcando-o, primeiro para o dia 17 de Janeiro de 1908 data que acabaria por ser empurrada para 28 do mesmo mês. Acho que simplificando isto significa que a primeira vez que o PR se envolveu num movimento revolucionário para depor a monarquia fê-lo, na prática a 28 de Janeiro, de 1908. Carromeu omite que os "preparativos para o 28 de Janeiro começaram em Julho" e era aí que eu queria chegar. Nada mais. Aliás a única coisa que eu pretendi demonstrar foi que quando o regicidio se deu a ditadura já tinha acabado.

Cumprimentos,
Mortner

PS:Aceito a sua garantia.