O maior movimento socio-eleitoral que permitiu a vitória de Bolsonaro foi a evaporação do centro-direita brasileiro. Desde 1994(*), o PSDB ou elegera presidentes (FHC) ou estivera na segunda volta (para perder com o PT). Conseguira habitualmente 30% ou 40% numa primeira volta (o mínimo foi 23% em 2002). Este ano Alckmin teve menos de 5% - com Bolsonaro a chegar aos 46%. A grande questão é portanto como os votos que habitualmente iriam para a direita moderada se condensaram na extrema direita. Porque o PT perder o poder para o PSDB depois de quatro vitórias consecutivas seria apenas a alternância normal numa democracia. Perdê-lo para um extremista é que coloca em perigo a paz social no Brasil e talvez a própria democracia.
Há três palavras com a mesma inicial que podem explicar a derrota do PT: crise, corrupção e criminalidade. Os governos do PT permitiram retirar da pobreza milhões de pessoas. Mas a partir do primeiro mandato de Dilma, as manifestações populares mostravam já que o governo não satisfazia as expectativas de todos, e o decrescimento do PIB em 2015 e 2016 veio tirar margem de manobra ao governo. A corrupção foi a arma principal das forças que quiseram retirar o PT do poder, coadjuvadas por um poder judicial usado perversamente. Da desorçamentação da despesa de Dilma Rousseff aos casos de corrupção propriamente dita de ministros petistas como Palocci ou Dirceu, todo o PT foi considerado culpado de corrupção por associação. Assim se transformou a luta contra a corrupção numa caça às bruxas em que não bastava já correr com o PT, era necessário mesmo virar o sistema do avesso. Finalmente, o Brasil tem uma taxa de homicídios quase cinquenta vezes maior do que Portugal (e cinco vezes maior do que os EUA). É compreensível que as pessoas esperem do governo nacional que resolva um problema que põe em causa a sua própria sobrevivência física, e o crime é dos poucos assuntos em que Bolsonaro tem um programa coerente (mesmo que monstruoso). Em resumo: a crise não foi suficiente para que o PSDB derrotasse Dilma em 2014, a corrupção foi uma maré que levou o próprio PSDB, e só Bolsonaro personalizava quer o antipetismo quer a preocupação com o crime.
Perante tudo isto, o PT cometeu um erro histórico ao manter Lula como candidato até um mês antes da eleição presidencial. Num ambiente dominado pelo combate à corrupção (e mesmo que essa acusação seja injusta no caso de Lula), dificilmente um candidato acusado de corrupção venceria. Muito mal está qualquer partido político que faça depender o seu sucesso da sorte de um único indivíduo. O culto de personalidade pagou-se muito caro no Brasil.
A terminar: o que se seguirá no Brasil? Provavelmente, violência de rua não dirigida pelo Estado (mas incentivada pelos pronunciamentos de Bolsonaro), e limitações da liberdade de associação e de expressão por via legislativa. Eventualmente, uma lucrativa venda da Amazónia e mais privatizações. Um Estado autoritário, mas não uma ditadura no sentido clássico. Tirania da maioria sobre as minorias, sem dúvida. Ainda maior judicialização da política, é possível. Bolsonaro, ao contrário de Trump, é um extremista de direita. O Brasil não vai dar certo.
Há três palavras com a mesma inicial que podem explicar a derrota do PT: crise, corrupção e criminalidade. Os governos do PT permitiram retirar da pobreza milhões de pessoas. Mas a partir do primeiro mandato de Dilma, as manifestações populares mostravam já que o governo não satisfazia as expectativas de todos, e o decrescimento do PIB em 2015 e 2016 veio tirar margem de manobra ao governo. A corrupção foi a arma principal das forças que quiseram retirar o PT do poder, coadjuvadas por um poder judicial usado perversamente. Da desorçamentação da despesa de Dilma Rousseff aos casos de corrupção propriamente dita de ministros petistas como Palocci ou Dirceu, todo o PT foi considerado culpado de corrupção por associação. Assim se transformou a luta contra a corrupção numa caça às bruxas em que não bastava já correr com o PT, era necessário mesmo virar o sistema do avesso. Finalmente, o Brasil tem uma taxa de homicídios quase cinquenta vezes maior do que Portugal (e cinco vezes maior do que os EUA). É compreensível que as pessoas esperem do governo nacional que resolva um problema que põe em causa a sua própria sobrevivência física, e o crime é dos poucos assuntos em que Bolsonaro tem um programa coerente (mesmo que monstruoso). Em resumo: a crise não foi suficiente para que o PSDB derrotasse Dilma em 2014, a corrupção foi uma maré que levou o próprio PSDB, e só Bolsonaro personalizava quer o antipetismo quer a preocupação com o crime.
Perante tudo isto, o PT cometeu um erro histórico ao manter Lula como candidato até um mês antes da eleição presidencial. Num ambiente dominado pelo combate à corrupção (e mesmo que essa acusação seja injusta no caso de Lula), dificilmente um candidato acusado de corrupção venceria. Muito mal está qualquer partido político que faça depender o seu sucesso da sorte de um único indivíduo. O culto de personalidade pagou-se muito caro no Brasil.
A terminar: o que se seguirá no Brasil? Provavelmente, violência de rua não dirigida pelo Estado (mas incentivada pelos pronunciamentos de Bolsonaro), e limitações da liberdade de associação e de expressão por via legislativa. Eventualmente, uma lucrativa venda da Amazónia e mais privatizações. Um Estado autoritário, mas não uma ditadura no sentido clássico. Tirania da maioria sobre as minorias, sem dúvida. Ainda maior judicialização da política, é possível. Bolsonaro, ao contrário de Trump, é um extremista de direita. O Brasil não vai dar certo.
(*) 1994, Fernando Henrique Cardoso (54% na primeira volta); 1998, Fernando Henrique Cardoso (53% na primeira volta); 2002, José Serra (23% na primeira volta, 39% na segunda); 2006, Geraldo Alckmin (42% na primeira volta, 39% na segunda); 2010, José Serra (33% na primeira volta, 44% na segunda); 2014, Aécio Neves (34% na primeira volta, 48% na segunda).
16 comentários :
Trump não é um extremista de Direita? Não percebo, o seu programa económico, por exemplo, é até mais nacionalista do que o do neoliberal Bolsonaro. O facto de Trump até ter votado Democrata no passado é irrelevante, já deu para perceber que ele é fundamentalmente um oportunista que recorre a todos os estratagemas para conquistar e conservar o Poder: demonização do estrangeiro, em particular do não-branco, sexismo, racismo, elogio de anti-semitas, etc...
Será que ele não acredita em nada do que prega? Isso não interessa, se não acreditar e for um puro oportunista, de algum modo as coisas são ainda piores. Um racista honesto é alguém que pode em princípio ser convencido a mudar de opinião, alguém que recorre ao racismo para atrair atenções e o apoio de pessoas com preconceito ou ressentimento racial é um puro monstro moral...
Trump pode parecer alguém menos bruto que Bolsonaro porque tem outro berço, não foi um militar (medíocre), mas sobretudo porque sabe que nos EUA não pode dizer o mesmo que Bolsonaro diz no Brasil, porque provavelmente se arriscaria a ser processado e destituído (olhe-se para o episódio recente das balas contra as pedras e de ele posteriormente ter desdito o que disse antes).
O maior constrangimento à liberdade de ação de Trump é provavelmente o sistema judicial americano, daí a longa guerra de atrição que ele lhe move, acompanhada pela nomeação de juízes conservadores para os tribunais federais, a começar pelo Supremo.
Curiosamente, o segundo maior constrangimento são os militares, parece-me, basta ver o que Kelly ou Mattis têm feito no sentido de limitar as ações do Presidente. O generalato americano não se mete normalmente na política interna do País (mas na dos outros países é mato), mas não me surpreenderia que se Trump levasse uma escalada militar contra a China ou a Rússia longe demais eles decidissem fazê-lo... Uma espécie de crise de mísseis de Cuba ao contrário em que caberia aos militares deter os civis...
3 ERRROS 1º VER NUM EX-MILITAR E POPULISTA UM NOVO HITLER
2º O BRASIL SÃO TAMBÉN LOS 50 MILLIONES QUE VOTARAM BOLSONARO
3º QUE INTERESSSA ISSSO
A terminar EXAGEROS: o que se seguirá no Brasil? Provavelmente, violência de rua JÁ MORREM 50 MIL POR ANO LOGO É DUVIDOSO não dirigida pelo Estado (mas incentivada pelos pronunciamentos de Bolsonaro), e limitações da liberdade de associação e de expressão por via legislativa. Eventualmente, uma lucrativa venda da Amazónia JÁ ESTÁ TODA VENDIDA DESDE OS TEMPOS DE ROOSEVELT e MUITAS mais privatizações. Um Estado autoritário, mas não uma ditadura no sentido clássico. Tirania da maioria sobre as minorias QUE MINORIAS DE FACTO?, sem dúvida. Ainda maior judicialização da política, é possível. Bolsonaro, ao contrário de Trump, é um extremista de direita. O Brasil não vai dar certo JÁ DEU.
bolsonaro é um episódio na história do brasil
O BRASIL ASSIM COMO A INTERNETE SUM COUSAS MUY VOLÁTEIS Visualizações de páginas de hoje
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desde 1994 que é uma afirmação relativa de 5 eleições limitada no tempo num país que gerou getúlio vargas e os camisas verdes se qwisermos ir por aí
DE RESTO bolsonaro como marcelo evitam dar as costas a asssuntos que os possam melindrar nos seus espaços eleitorais são figuras messiânicas que surgem nos novos tempos para nos livrar do mal
é um tempo de revolução e mudança levado a cabo por um número restrito de actores aí um sétimo da populaça 900 MILHÕES DE BOMBAS RELÓGIO CONTINUAM A BATER A 70 PULSAÇÕES POR MINUTO MAIS COISA MENOS COISA É TUDO UMA QUESTÃO DE TEMPO
de resto o brasil é também isto Sob a liderança do deputado federal Moisés Diniz (PCdoB), a bancada acreana se reuniu com o ministro da Educação, Mendonça Filho, pra pedir uma solução que respeite os jovens sabatistas já no ENEM de 2017.
Participaram da audiência o senador Sérgio Petecão (PSD) e os deputados federais Moises Diniz (PCdoB), Léo de Brito (PT), Alan Rick (PRB), Major Rocha (PSDB) e Jéssica Sales (PMDB).
Estavam presentes ainda na audiência o vice-presidente da Associação Cultural Israelita de Brasília, Dr Mourad Balaciano e pastores da Igreja Adventista da divisão sul-americana, representando oito países: Professor Ivan Góes, Diretor de Educação Fundamental e Ensino Médio, Pr. Hélio Carnassale, Diretor de Liberdade Religiosa e Espírito de Profecia, Pr. Isaac Gonçalvez, Diretor de livros didáticos da Editora adventista para língua hispânica.
trump navega no isolacionismo do kkk o seu programa económico, por exemplo, é até mais nacionalista do que o do neoliberal Bolsonaro e iisso diz muito sobre 2018 e seguintes
CHAMAR neo liberal a um gajo que diz nada entender de economia é o mesmo que chamar a trump um egocêntrico mandag den 12. november 2018
A NECESSIDADE DE MUDANÇA E A CRENÇA EM ESTABILIDADE PARA UM FUTURO INCERTO CRIA BOLSONAROS E TRUMPS A REJEIÇÃO DA REVOLUÇÃO PELA CONTINUIDADE CRIA PUTIN'S E OUTROS QUE TAIS É UMA RECEITA SIMPLES DIRIA MESMO MAIS É SIMPLEX
de resto muito do que votou lula votou bolsonaro é só ver as percentagens de votos né logo essa do centro direita não cola viu
adeus xará
E manter lula o messias de tempos melhores não0 foi um erro foi a única possibilidade do pt ganhar E O MESSIAS QUE CHEGA ESTA SEMANA É.... blogean iruzkin berriak argitaratzen direnean posta elektroniko bidezko jakinarazpenak jasotzen jarraitu nahi duzun berretsi nahi dugu.
Blog horretako iruzkin berriei buruzko posta elektroniko bidezko jakinarazpenak jasotzen jarraitzeko, sakatu beheko mánudagur, 12. nóvember 2018
E O MESSIAS QUE CHEGOU ESTA SEMANA FOI BOLSONARO QUE SE SEGUIU A TRUMP E QUE SERÁ SEGUIDO POR MUITOS OUTROS NOS PRÓXIMOS ANOS ANOS DE CRISE QUE AI VIRÃO É SIMPLEX CRIAR MESSIAS QUE SE ADAPTAM A TODAS AS SITUAÇÕES
DIZER qwe o brasil não vai dar certo e chaqmar ss ou mesmo0 SS à guarda de bolsonaro é qwe não resulta né THE NATURAL SCIENCE OF STUPIDITY
UM BLOGUE DE CROMOS PARA BICHOS TÃO ESTÚPIDOS QUE SÓ COM LOBOTOMIA AUMENTAM O Q.I. PARA MICROCÉFALO
lunes, 12 de noviembre de 2018
É ESTÚPIDO INSULTAR O ELEITORADO QUE NESSSECITA DE MUDANÇA OU PREFERE A ESTABILIDADE E CHAMAR-LHE NOMES FEIOS RESULTA SEMPRE MAL DIZER QUE CÉSAR ERA UM ASSASSINO SEM ESCRÚPULOS À PLEBE ROMANA QUE LHE HERDA OS SESTÉRCIOS necessita mesmo de SS'S NO PEDAÇO
معركة القصر hás-des.s. ser nossa outra vez
Monday, November 12, 2018
AS CRUZADAS CONTRA O MAL SÃO SEMPRE POPULARES É UMA RECEITA SIMPLES COMBATER OS INFIÉIS E MASSACRAR OS HERÉTICOS RESULTA DESDE FOZ CÔ
UM BLOGUE COM VERDADES QUE PARECEM MENTIRAS E MEN IN TIRAS QUE PARECEM DE VERDADE
Monday, November 12, 2018
MENTIR DIFAMANDO O ADVERSÁRIO P+OLÍTICO CHAMANDO-LHE SOCIALISTA COMUNISTA FASCISTA SS KKK OU MAFIOSO NÃO RESULTA EM VOTAÇÃO é até contraproducente chamar nazi a salazar que ganha votações na intraneta depois de defunto
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