quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Política fiscal e PPR´s

  • «A maioria absoluta recusou a proposta do Bloco (...) de levantamento do segredo bancário. E deixou tudo na mesma. Para o Bloco, só há duas formas de combater a evasão fiscal: a comparação entre os rendimentos declarados e os rendimentos registados no banco, e o registo de todas as transferências para offshores. Nenhuma delas está a ser aplicada, como devia.

    Segundo a lei, as transferências para os offshores já deviam estar a ser registadas. Mas não acontece nada. No primeiro semestre deste ano, mais de 6 mil milhões de euros foram transferidos para os paraísos fiscais, não pagando imposto. O que se perdeu daria para pagar a nova ponte sobre o Tejo.

    Pior ainda: o governo orçamentou 1796 milhões de euros de benefícios fiscais para o offshore da Madeira. O que assim se perdeu pagaria 4 grandes hospitais nacionais. O PS tem sido o governo do desperdício fiscal.

  • (...) Os PPR prometem um complemento de reforma e garantem uma dedução fiscal. Assim, todos os contribuintes pagam para os subscritores dos PPR, e os bancos fazem o negócio. O problema é que o rendimento dos PPR é insignificante, e assim vai ser inútil como complemento de reforma. (...) Qualquer depósito a prazo teria melhor resultado. O que os bancos fazem, e isso explica os péssimos resultados dos PPR, é jogar o dinheiro em acções na Bolsa: quando a Bolsa cai, os fundos afundam; quando ganha, os bancos cobram comissões e as pessoas ganham pouco. Os bancos ganham sempre, as pessoas perdem sempre, e os contribuintes financiam o sistema.» (Francisco Louçã no esquerda.net)

5 comentários :

no name disse...

já comentei sobre isto no teu post anterior, mas agora fica-me uma dúvida (sabes?): os PPR's públicos têm retorno garantido (no sentido que a segurança social tem retorno garantido), ou são tão voláteis quanto os privados?

Anónimo disse...

Há PPrs para todos os gostos; isto é há uns que aplicam o dinheiros em produtos com risco e outros sem risco.O cliente escolhe onde pretende colocar o seu dinheiro, não tem de se queixar se porventura o aplicou com risco, o risco aconteceu e ele perdeu; foi a sua opção. O que F.Louçã diz não é a verdade todos nós sabemos isso.
Os PPRs da segurança social não têm risco, têm capital e juros garantidos na maturidade.

Ricardo Alves disse...

Anónimo,
o que o Louça diz, nestes trechos, parece-me ser verdade.

Ricardo,
o problema é se o Estado começar a investir nos mesmos fundos de pensões dos PPR´s. Se isso acontecer, vai dar ao mesmo...

João Vasco disse...

Neste ponto das deduções fiscais, considerada o "grande trunfo" de Sócrates sobre Louçã, estou muito mais de acordo com a posição do BE.

João Vasco disse...

Na verdade acho irónico que Sócrates ataque Louçã precisamente por uma das poucas medidas "responsáveis" que o BE apresenta para pagar o avassalador aumento de despesa que muitas das suas propostas constituiriam.

Se assim for, é triste que seja por isto, e não pelo contrário, que Louçã vá perder votos para o PS.