segunda-feira, 21 de setembro de 2009

«Não fui eu! Eu não sabia de nada!»

Cavaco Silva rompeu o seu silêncio e gritou: demitiu Fernando Lima do cargo de assessor da Presidência da República para a Comunicação Social. Típica operação de contenção de estragos. Será suficiente? Duvido. Eu não acredito que o homem que há um quarto de século acompanhava Cavaco Silva, do gabinete de Primeiro Ministro ao da Presidência da República, que escreveu um livro (autorizado...) sobre os bastidores do cavaquismo, tenha ido tomar café à Avenida de Roma, de dossiê na mão, sem autorização superior.

Fica a suspeita de que Cavaco tentou manipular um dos principais diários, de forma a lançar boatos que atingiriam o governo, e beneficiassem o seu partido de sempre. Apenas a suspeita, porque depois desta demissão Cavaco pode gritar o que eu pus no título. Se acreditamos ou não, é outra conversa.

P.S. Depois de o caso BPN ter abalado o núcleo duro do cavaquismo, levando mesmo à demissão de um Conselheiro de Estado, prova-se que estamos perante a Presidência mais interventiva (e mais trapalhona) desde, pelo menos, Eanes. A seguir às autárquicas, a esquerda vai ter que pensar quem será o candidato que enfrentará Cavaco em Janeiro de 2011. A bem da República.

5 comentários :

João Vasco disse...

Já se "sabe" que será Alegre.

E quer Cavaco se recandidate, quer não, deve ganhar.

Ricardo Alves disse...

Pois. No ponto a que isto chegou, a questão já nem é se Cavaco é elegível. É se será candidato.

Nuno Gaspar disse...

Contradizendo as primeiras impressões, afinal o João Vasco é mesmo um homem de Fé: sabe o que não se vê e espera com confiança aquilo que deseja. É assim mesmo!

João Vasco disse...

Eu desejo que o mundo não acabe amanhã, e também acredito que não vai acabar. Logo, sou um homem de Fé.

Isto já eu sabia, eh!eh!eh!

P Amorim disse...

É importante que a Esquerda (no sentido lato) não repita erros passados. A aplicação da teoria
capoeira com vários galos dará asneira outra vez. Além do posicionamento político, Cavaco não tem preparação para o cargo, e não tem a noção de oportunidade. Só falta saber se tem ou não honestidade para o exercer.