Quem escreve sobre religião tem que explicar ciclicamente que criticar ideias não é atacar pessoas.
Em princípio, deveria ser bem simples: dizer que «Deus» não existe, que as «aparições» de Fátima são um disparate ou que o Islão é liberticida não deveria ofender ninguém. Quem crê em «Deus» não é automaticamente um tolo, quem acredita nas «aparições» de Fátima não tem que ser um cretino, e ser islâmico não acarreta ser um fascista ou um fanático bombista.
Infelizmente, muitos religiosos sentem-se pessoalmente ofendidos quando as suas ideias são criticadas. E se compreendo que a religião é importante para quem é profundamente crente, tenho dificuldade em entender que queiram resguardar da crítica o que não é mais do que ideias. Eu não me sinto ofendido quando me dizem que a democracia é um desastre, que a laicidade é opressão ou que a ciência é perigosa. Não concordo, e respondo. Porque todos erramos. Quando defendo a democracia, a laicidade ou a ciência, posso errar ou não me explicar bem. E os argumentos só melhoram quando criticados.
Ou será que a religião é tão frágil que não sobrevive à crítica?
Em princípio, deveria ser bem simples: dizer que «Deus» não existe, que as «aparições» de Fátima são um disparate ou que o Islão é liberticida não deveria ofender ninguém. Quem crê em «Deus» não é automaticamente um tolo, quem acredita nas «aparições» de Fátima não tem que ser um cretino, e ser islâmico não acarreta ser um fascista ou um fanático bombista.
Infelizmente, muitos religiosos sentem-se pessoalmente ofendidos quando as suas ideias são criticadas. E se compreendo que a religião é importante para quem é profundamente crente, tenho dificuldade em entender que queiram resguardar da crítica o que não é mais do que ideias. Eu não me sinto ofendido quando me dizem que a democracia é um desastre, que a laicidade é opressão ou que a ciência é perigosa. Não concordo, e respondo. Porque todos erramos. Quando defendo a democracia, a laicidade ou a ciência, posso errar ou não me explicar bem. E os argumentos só melhoram quando criticados.
Ou será que a religião é tão frágil que não sobrevive à crítica?
[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]
3 comentários :
Ricardo:
"Ou será que a religião é tão frágil que não sobrevive à crítica?" - Pelo contário! Já lhe dei um exemplo que você não gosta: o do Costa da primeira república - resultou no contrário.
Ao contrário do que alguns mal-informados dizem, o plano de Hitler passava por aniquilair as religiões - nada aconteceu!
Nero tentou livrar-se dos cristãos, não conseguiu...
A critica à religião leva ao seu fortalecimento.
O que ofende são express~eos estupidas e de alguns palermas sem o minimo de noção do ridiculo das suas palavras badalhocas.
Dou-lhe um exemplo:
"o Ludwing Krippahl, a propositico do presépio diz: " a vaca de Maria e o burro de José".
O que le diz, exactamente, é qeu maria é uma "vaca", e José é um "burro". Evidentemente que isto é ofensivo - e uma ofensa gratuita!
Isto sim deve ser punido.
O que está no CP sobre a ofensa á religião, é muito pouco e muito vago.
Sabe, perfeitamente,que a ofensa á religião tem sido o motivo para muitas guerras, pra muito snague. Por isso, há que ter a noção do ridiculo, do absurdo e do ofensivo.
Não é o facto de não acreditar, de não ter fé, de achar a religião algo errado. è a forma como se fazem determinadas afirmações.
Repare no meu comentário no que "ktreta".
O que eu digo, é isto: importunar as pessoas sem razão, é crime em alguns casos, então deve ser também neste caso!
Posso reproduzi-lo aqui?
Senhor «Zeca Portuga» (anónimo),
já lhe expliquei meia dúzia de vezes que a Lei de Separação não visava «perseguir» a ICAR e muito menos a religião. Outro tanto pode ser dito do registo civil obrigatório.
E não me parece que a ICAR portuguesa esteja mais forte hoje do que em 1910. O número de católicos assumidos como tal caiu bastante. E o de praticantes ainda mais.
Quanto a Hitler, subiu ao poder com o apoio do Partido do Centro Católico. Foi por troca com a Concordata alemã. E não perseguiu o cristianismo em si. Queria eliminar um povo - os judeus - e não a religião em geral. Aliás, conforme já lhe expliquei, era católico. Praticante. E assim se manteve.
E quanto a proibir as «ofensas à religião», agradeço-lhe a clareza.
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