sábado, 4 de agosto de 2007

Museu Nacional de Arte Antiga

A directora foi despedida porque deu uma entrevista em que parece que se queixou da burocracia e da pastelice da tutela. Embora tenha quase duplicado o numero de visitantesdo museu.

Eu estou no Texas e não conheço os pormenores da história, que deve ser mais comprida. Mas estive em Lisboa em Junho e Julho e disseram-me – no MNAA – que a cafeteria estava fechada por causa de um concurso de exploração que há mais de um ano que estava em águas de bacalhau.

Em 2002 eu tive uma fatwa emitida pelo IPA, e agora honrada pelo IGESPAR, e sei que não foi por ser incompetente, nem preguiçoso, nem ignorante. :-)

A verdade – que devia chocar os portugueses mas não lhes parece interessar nada – é que o Ministério da Cultura é o ponto de encontro de um grupo de pessoas que se está completamente nas tintas para os interesses do estado, para os cidadãos, para a cultura e para o patrimonio. Está organizado em mandarinatos cujos mandarins – com lugares vitalícios – não são sujeitos a nenhum tipo de escrutínio.

Eu trabalhei três anos para o IPPAR / IPA e nunca deixou de me chocar o cinismo e o desinteresse das chefias pelo património e pelo país.

E os funcionários? Quando o mérito não entra na equação das promoções, qual é que é o incentivo para se trabalhar?

1 comentário :

e-ko disse...

caro Filipe,

o que se passa no ministério e organismos anexos do MCultura também se passa noutros ministérios. só que é mais pequeno, com menos dinheiro, menos funcionários, mais ligado aos médias e meios intelectuais onde toda a gente se conhece... os velhos funcionários têm os seus hábitos, os seus poderes e mantêm as máquinas enferrujadas para seu belo prazer e por tacanhês. e os governos e ministros entram e saem.

mas aqui há coisas que não sabemos... há uns anos (talvez 9)estive numa conferência no MNAA sobre museologia e já na altura, o director, de que não me recordo do nome, organizava frequentemente exposições temporárias com muito interesse, vi duas e segui pela net o que se fazia. não creio que a DRodrigues tenha vindo revolucionar o funcionamento do museu. e, claro, parecendo que não, uma cafetaria é um serviço que pode trazer algum auto-financiamento, não sei se as decisões passam pelo MC o que seria ridículo ou se se tomam no museu, em todo o caso a decisão não pertence à ministra. pequenos nadas, com alguma importância, que não devem ser descurados... gato escondido com o rabo de fora!