Dois sinais positivos na luta contra a escumalha futeboleira. Primeiro, Valentim Loureiro poderá ir a julgamento.
- «A juíza do Tribunal de Instrução Criminal do Porto considerou "bem fundamentada" a acusação do Ministério Público contra Valentim Loureiro e o filho, João, enviando-os para julgamento juntamente com o árbitro Jacinto Paixão, o ex-árbitro Pinto Correia e o observador José Alves, no âmbito do processo referente ao jogo Boavista-Estrela da Amadora.» (Jornal de Notícias)
Segundo, as ligações de um procurador à dita escumalha contribuíram para que não fosse nomeado para a PJ do Porto.
- «O procurador Almeida Pereira foi ontem forçado a rejeitar o convite para dirigir a directoria da PJ do Porto. (...) quando na imprensa eram expostas uma série de situações contra Almeida Pereira, como as alegadas ligações ao FC Porto (é presença habitual no Estádio do Dragão e já viajou com a comitiva em jogos no estrangeiros), além da sua oposição às equipas coordenadas por Maria José Morgado e Helena Fazenda.» (Diário de Notícias)
Há muito quem encha o peito a falar contra a corrupção e depois vá ao estádio de futebol vitoriar o seu grupo favorito de onze evasores fiscais, fazendo de conta que desconhece as condições em que o estádio foi negociado com a autarquia, e fechando os olhos à miséria a que o Estado poderia ter posto fim se não tivesse gasto tanto a construir estádios. Enfim, por enquanto o futebol ainda goza de imunidade ética e judicial. Esperemos que estes sinais sejam uma indicação de que a sociedade reconhece que o futebol é um problema.
4 comentários :
Para quando um estudo comparativo futebol-religião em Portugal? Não estou a gozar.
O número de pessoas que vão a um qualquer estádio num dado domingo (300 mil?) será inferior ao de pessoas que vão à missa (1,8 milhão em 2001). O dinheiro gasto pelo Estado também será inferior. Mas a corrupção e a evasão fiscal ilegal são muito mais obscenamente evidentes...
Apostava mais nos fanatismos. Segundo o Filipe Moura no 5dias, uma ida à "catedral" inclui extâses colectivos e delapidação concertada entre facções.
Fora de brincadeiras, os teus números são enganadores; quantos sócios tem o Benfica, e.g.? Não leva logo o menino, mal nasce, um cartão de baptismo do clube?
Para mais, e ao contrário dos católicos, não ir ao estádio não significa ser "não-praticante" (o jornal mais vendido em Portugal não é uma publicação cristã e a paixão é transversal à sociedade).
«os teus números são enganadores; quantos sócios tem o Benfica, e.g.?»
Não sei. Mas os baptizados podem bem ser oito ou nove milhões. Muitos dos quais, felizmente, são ateus e anticlericais...
«ao contrário dos católicos, não ir ao estádio não significa ser "não-praticante"»
Aí tens razão. A comunhão futeboleira através do ecrã parece quase mais importante do que no meio dos NNBoys, Ultra Leos, e outros totós do mesmo gabarito.
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